Análise da série Game of Thrones (2ª temporada)
Atenção! O texto a seguir contém spoilers da primeira temporada de Game of Thrones.
A morte de Robert Baratheon (Mark Addy) levantou muitas questões sobre quem deveria ser o seu legítimo sucessor. Tendo descoberto que Joffrey (Jack Gleeson) não era filho do rei, Ned Stark (Sean Bean) até tentou impedir que ele se sentasse no trono de ferro, mas suas ações não surtiram efeito e o seu gesto foi considerado um ato de traição. Mesmo tendo reconhecido Joffrey como herdeiro na frente de uma multidão, Lord Stark não teve a sua vida poupada pelo novo rei. A sua morte mostra não só a perversidade do filho de Cersei (Lena Headey), mas também a sua falta de maturidade para comandar os Sete Reinos. Quando os relatos dos fatos ocorridos em Porto Real começam a se espalhar pela região, alguns personagens praticam ações por impulso. Jon Snow (Kit Harington), por exemplo, quase quebrou o seu juramento da Patrulha da Noite para lutar ao lado de sua família e vingar a morte de seu pai.
A resposta dos Starks foi imediata: o Norte se separou dos Sete Reinos e proclamou Robb (Richard Madden) como seu rei. Depois de conquistar três vitórias importantes, Robb tentou negociar com os Lannisters, mas eles não demonstraram muito interesse em um acordo, mesmo sabendo que Jaime (Nikolaj Coster-Waldau) estava sendo mantido como refém. Com Sansa (Sophie Turner) em Porto Real e acreditando que Arya (Maisie Williams) também estava na cidade, Cersei sabia que eles não fariam nada com o seu irmão. Visando fortalecer o seu nome, o filho de Ned buscou construir alianças com os Greyjoys e os Baratheons, mas acabou não tendo tanto sucesso. Além da traição de Theon, que decidiu ser leal à sua família e abandonar as ligações que tinha com os Starks, os irmãos Renly (Gethin Anthony) e Stannis Baratheon (Stephen Dillane) disputam entre si o direito de assentar no trono de ferro. No meio dessa rivalidade, uma personagem que me chamou a atenção foi Brienne de Tarth (Gwendoline Christie), uma guerreira que não se sente intimidada por ninguém e fica encarregada de uma tarefa complicada, algo que provoca uma certa ruptura na união que existia entre os Starks.
Se preparando para defender Porto Real, Tywin Lannister (Charles Dance) envia seu filho mais novo, Tyrion (Peter Dinklage), para ser o conselheiro de Joffrey. Como estava tendo um relacionamento com Shae (Sibel Kekilli), que por sinal era desaprovado por seu pai, Tyrion encontra uma forma de levar a sua amada para a capital e a nomeia como criada de Sansa, uma maneira de mantê-la segura e por perto. Apesar da baixa estatura, Tyrion é muito esperto e, por mais de uma vez, mostra a Joffrey que não permitirá a continuidade de suas ordens absurdas. O seu papel como conselheiro é exatamente esse: tentar controlar e preparar o seu sobrinho para o cargo que ele ocupa, algo que Cersei até agora não foi capaz de fazer. Tyrion também demonstra a sua bravura durante a batalha que acontece na reta final da temporada.
Quem começa uma jornada à parte é Arya, que foi capturada e retirada de Porto Real por um membro da Patrulha da Noite, junto com um dos filhos bastardos de Robert. O objetivo era chegar até o Castelo Negro, mas no meio do caminho o grupo é atacado por soldados Lannisters e os poucos que sobrevivem se tornam prisioneiros. Com os cabelos curtos, Arya consegue disfarçar a sua verdadeira identidade se passando por um garoto. Um dos poucos que percebe que ela era na verdade uma garota é Tywin, que a leva para ser sua serviçal, sem fazer a mínima ideia da sua ascendência. Estando presente nas reuniões de Tywin e sem poder fazer nada, Arya presencia diversos planos sendo orquestrados contra vários inimigos, o que inclui o seu irmão.
Desde o início da história, Daenerys (Emilia Clarke) está tentando reconstruir a sua vida e recuperar a influência que sua família já teve no passado. Após perder o filho e o marido na primeira temporada, a descendente da Casa Targaryen surpreendeu a todos com as suas ações no velório de Drogo (Jason Momoa). Agora que possui três dragões, ela começa a orquestrar um plano para retomar Westeros e o primeiro passo é encontrar um navio que seja capaz de transportar um exército. Para conseguir a embarcação, Daenerys precisará confiar em pessoas que não conhece, o que involuntariamente coloca ela e seus aliados em risco.
Na segunda temporada temos um pouco mais de presença dos Caminhantes Brancos, com direito a uma cena enigmática nos últimos minutos do episódio final, mas muitas coisas sobre eles ainda são um mistério. Enquanto executam novas operações ao norte da Muralha, a Patrulha da Noite se depara com uma família peculiar, cujo líder é bastante perverso. Posteriormente, Jon Snow se envolve em uma trapalhada quando tenta capturar uma selvagem chamada Ygritte (Rose Leslie). Essa é uma boa oportunidade para conhecermos melhor o que existe além da Muralha.
Considerações finais
A segunda temporada de Game of Thrones apresenta um desenvolvimento mais profundo dos seus principais núcleos, mostrando como eles estão reagindo aos eventos que acontecem no universo da série. A grande maioria está preocupada em tirar Joffrey do poder, mas como cada um tem seus próprios propósitos, construir alianças entre os reinos não é uma tarefa fácil. Enquanto a iminência de uma guerra fica cada vez mais real, a Patrulha da Noite lida com outros tipos de problemas além da Muralha. O universo da produção, que já é bem rico, sofre novas expansões e vários personagens são introduzidos na história. O grande desafio é conseguir acompanhar tudo o que está acontecendo, já que diversos eventos ocorrem simultaneamente. De qualquer forma, a narrativa é muito boa e consegue nos surpreender com eventos marcantes.
Uma das coisas que eu mais gosto em Game of Thrones é a atenção que há com os mínimos detalhes. Além da excelente caracterização, com roupas e cenários que deixam bem claro a diversidade dos povos, a abertura sofre pequenas modificações de acordo com os acontecimentos que são retratados na trama. A presença dos dragões exige um maior trabalho da equipe de efeitos especiais e o resultado final é muito bom. Existem vários momentos memoráveis neste segundo ano, mas gostaria de mencionar a batalha que acontece no nono capítulo, quando temos ótimos momentos de ação. Os diálogos entre Arya e Tywin também merecem destaque, dá para perceber que apesar da pouca idade, ela é uma garota bastante esperta. Imagino que Arya será uma personagem de grande destaque no futuro.
Nota
★★★★★ – 5 – Excelente
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