Análise do filme Star Wars: Episódio VI – O Retorno de Jedi
Atenção! O texto a seguir contém spoilers do filme Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca.
Resolvendo a única questão pendente do Episódio V já nos primeiros minutos, O Retorno de Jedi inicia mostrando os principais personagens da saga Star Wars bem mais amadurecidos e unidos em prol de uma missão para resgatar Han Solo (Harrison Ford), que havia sido sequestrado e levado para o palácio de Jabba, o Senhor do Crime. Luke Skywalker (Mark Hamill) agora já é um Jedi mais experiente e mostra as incríveis habilidades que desenvolveu ao longo do tempo.
Tendo o Império recuperado boa parte de suas forças e estando atualmente trabalhando na construção de uma nova Estrela da Morte, assim que Han Solo volta ao grupo principal de heróis, acompanhamos novos desdobramentos decorrentes do conflito entre os Rebeldes e a Nova Ordem. Nesse ponto, a história adota um estilo aventuresco, algo próximo ao que vimos no Episódio IV, mostrando a jornada da Rebelião para impedir o Império termine de construir a poderosa arma de destruição.
A ideia de criar uma nova Estrela da Morte parece não fazer muito sentido, afinal, por que o Império reciclaria uma arma que foi destruída com certa facilidade pelos Rebeldes? Faltou ousadia dos roteiristas para apostar em algo novo, o que de certa forma enfraquece o enredo. Outro problema é o ritmo lento da história: entre o resgate de Han Solo e o momento em que a aliança realmente luta contra o Império, muito tempo é perdido com coisas banais e que pouco influenciam no desenvolvimento do enredo. Visando chamar a atenção de um público mais novo, o filme adota um estilo de humor forçado que não funciona bem e deixa O Retorno de Jedi com uma pegada mais infantil. São várias cenas desnecessárias de interação com os Ewoks (os alienígenas fofinhos) que, se não tomassem tanto tempo de tela, até poderiam ser um bom alívio cômico.
Apesar dessas falhas pontuais, o Episódio VI está longe de ser um filme ruim. É verdade que a trama não é tão bem desenvolvida como no Episódio IV, mas ainda assim temos uma aventura que é gostosa de ser assistida. A trilha sonora, os efeitos especiais e as coreografias de lutas estão ainda melhores, é possível perceber que os responsáveis por esses aspectos tiveram um grande empenho para aprimorá-los. A evolução mais notável, sem dúvidas, são as cenas de batalhas, que alcançaram um altíssimo nível de qualidade.
Outro ponto extremamente positivo é a jornada dos Skywalker. Darth Vader (David Prowse), Leia (Carrie Fisher) – que descobrimos ser irmã gêmea de Luke no decorrer do filme -, e o protagonista Luke Skywalker são muito bem trabalhados. Leia não participa como uma Jedi e nem tem um arco com seu pai, mas desempenha um papel relevante no núcleo dos Rebeldes, sem mencionar que a relação dela com Han Solo é uma das coisas mais divertidas do filme.
O arco de Darth Vader e Luke estão diretamente conectados, o jovem Skywalker acredita que há bondade em seu pai, porém o próprio Vader se enxerga como alguém sem salvação. Palpatine (Ian McDiarmid) está presente na história e representa uma ameaça ainda maior do que Darth Vader. Apesar de só ter sido realmente desenvolvido anos depois na trilogia prequel, ele é um inimigo que funciona muito bem nesse filme.
Considerações finais
Tecnicamente superior aos Episódios IV e V, O Retorno de Jedi consegue concluir bem a história da trilogia original de Star Wars, deixando poucas pontas soltas e dando um desfecho satisfatório para a maioria de seus principais personagens, com destaque para Luke e Darth Vader, que protagonizaram um arco muito coeso e emocionante, digno do fim de uma grande saga. Os maiores problemas estão diretamente ligados a forma com que parte do enredo é desenvolvido e como os acontecimentos estão distribuídos nos 134 minutos de duração da película.
Ao invés de ir além e introduzir, por exemplo, um novo tipo de inimigo, os roteiristas preferiram recorrer a ideias que já haviam sido exploradas nos filmes anteriores. Na teoria, a tentativa de proporcionar uma história leve e engraçada até poderia parecer boa, mas a forma com que a ideia foi empregada acabou tornando O Retorno de Jedi cansativo. Mesmo com esses pequenos tropeços, o longa dirigido por Richard Marquand consegue proporcionar uma boa experiência.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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