Análise da série Rick and Morty (2ª temporada)
Atenção! O texto a seguir contém spoilers da primeira temporada de Rick and Morty.
No final da primeira temporada, Jerry e Beth haviam viajado para um passeio temático do Titanic, deixando a casa e seus filhos sob a responsabilidade de Rick. Com isso, Summer e Rick resolveram promover uma festa na casa e, bem… as coisas acabaram saindo um pouco do controle e a residência ficou completamente destruída. Ao retornarem, Jerry e Beth percebem todo o estrago causado, mas Rick consegue parar o tempo para que ele, Summer e Morty possam reparar os danos. A segunda temporada inicia exatamente no momento em que as coisas estavam aparentemente em ordem.
Tendo gastado seis meses para consertar tudo, Rick e seus netos são surpreendidos por uma dimensão paralela deles mesmos, uma consequência do tempo ter ficado congelado por um grande período. Para conseguir solucionar o problema, Rick praticamente chega no seu limite e precisa recorrer até mesmo à intervenção divina, um dos momentos mais engraçados do capítulo de estreia. A animação também mostra como Albert Einstein realmente conseguiu criar a famosa equação “E=mc²”.
Depois de terem “resolvido” o problema das dimensões paralelas com um colar nada discreto, passamos a acompanhar mais algumas loucas aventuras do cientista beberrão e sua família. As situações são as mais insanas possíveis, como é o caso dos parasitas alienígenas que se transformam em falsos entes queridos. Como esses seres só conseguem criar memórias felizes em Rick, Beth, Jarry, Summer e Morty, quando a família percebe esse pequeno detalhe, eliminar os parasitas se torna algo fácil. No entanto, essa estratégia acaba falhando em um caso bem específico.
Em outro episódio, uma cabeça gigante aparece no espaço e o planeta Terra se envolve em um reality show intergaláctico baseado em performances musicais. O risco dessa brincadeira é muito grande, já que os eliminados são completamente destruídos. Enquanto Rick e Morty tentavam salvar a vida de todos, parcela das pessoas estavam adorando a cabeça gigante como se ela fosse um deus. Em questão de segundos, um culto surge e começa a disseminar suas ideias entre as pessoas, uma clara crítica às dominações de massas que são provocadas pelas religiões e o perigo que isso pode resultar na vida das pessoas.
Quando finalmente parecia que Jerry iria participar de uma aventura, junto com o sogro e o filho, no espaço, ele vai parar em uma espécie de creche criada por Ricks de outras dimensões. Enquanto Jerry se “diverte” com outras versões suas, Morty vive um dilema moral com o seu novo amigo, um peido que caga ouro. O marido de Beth também ganha grande destaque no oitavo episódio, quando vai parar em um hospital alienígena para fazer um tratamento e descobre que o seu órgão sexual pode salvar a vida do maior e mais influente líder dos direitos civis da galáxia. Tudo o que envolve esse processo acaba sendo muito engraçado, principalmente pelo fato de Jerry se sentir uma pessoa importante.
A atração também explora o relacionamento de altos e baixos entre Jerry e Beth. Enquanto em alguns momentos os dois parecem estar se dando super bem, em outros Beth discute com o marido para defender as atitudes de seu pai, mesmo que isso signifique um grande aumento na conta de luz e a construção de uma escotilha secreta na garagem da casa em que eles moram. Chega um ponto em que nem mesmo Rick aguenta as discussões do casal e os envia para uma terapia diferenciada. É muito engraçado ver a forma com que Beth enxerga Jerry e vice versa e o caos que isso causa para quem estava tentando ajudá-los.
Considerações finais
Acredito que o maior mérito da animação criada por Justin Roiland e Dan Harmon seja conseguir tocar em assuntos sérios de forma descontraída, ainda que isso gere algumas cenas um pouco pesadas. A série está repleta de críticas sociais, algo que definitivamente está incorporado no DNA da atração. Além dos temas que mencionei, a trama também aborda assuntos como relacionamentos tóxicos, suicídio e escravidão.
Outro ponto de destaque de Rick and Morty são os números musicais que ocasionalmente aparecem durante os episódios. “Adeus Lunáticos” e “Fica Tranquileba” foram faixas que ficaram grudadas na minha mente por alguns bons minutos. Temos também a participação de personagens bem legais neste segundo ano, como é o caso do Sr. Bunda Cagada e uma versão adolescente de Rick. Para finalizar, preciso dizer que fiquei extremamente surpreso com a decisão tomada pelo cientista no episódio final, estou curioso para descobrir quais serão os desdobramentos de tal escolha. E sim Jerry, você precisa arranjar um emprego.
Nota
★★★★★ – 5 – Excelente
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