Halo: um olhar para o passado e perspectivas para o futuro

Halo é a principal franquia do Xbox e também é uma das mais importantes da indústria de jogos. Aqui no Brasil, apesar de ter uma base de fãs bem estabelecida, a saga não tem uma grande popularidade. Desde 2007, quando Halo 3 foi lançado com legendas e dublagem em português, a Microsoft vem tentando emplacar Halo por aqui, mas nenhuma das investidas da empresa conseguiu realmente levar a sua maior série para as grandes massas. 
A verdade é que os brasileiros tem um certo preconceito com Halo, o que provavelmente se deve a sua estética futurista, algo até bem natural, afinal, já estamos cansados de saber que o público nacional não costuma se dar bem com obras que abordem eras futurísticas. Porém, o problema com Halo vai um pouco além disso. 
De 2000 a 2010, a desenvolvedora por trás de Halo era a Bungie, que nunca focou muito em criar ambientes extremamente futuristas. Claro que o sci-fi está presente na série desde sempre, mas o estúdio fazia questão de mesclá-lo com aspectos naturais e militares. Por muito tempo, Halo foi cheio de locais que tinham uma forte presença da natureza ou pareciam verdadeiras zonas de guerra. Até os inimigos alienígenas que enfrentamos pelos jogos não são tão exagerados, tudo estava na medida certa para agradar até os que não gostam muito dos jogos ambientados no futuro.
A ficção científica mais pura só aparecia nos poucos momentos em que entrávamos em alguma nave ou instalação. Mesmo assim, a Bungie sempre deu muita personalidade para esses locais: quase todas as instalações dos primeiros jogos eram absolutamente diferentes do que costumamos imaginar para obras que se passam num futuro tão distante. Embora apresentassem muita tecnologia, as instalações que visitávamos pareciam locais que pararam no tempo (como se tivessem sido abandonados por algum povo antigo), o que só nos deixa com mais curiosidade, gerando uma grande vontade de explorar aqueles cenários. 
 

Em 2012, quando a 343 Industries (que assumiu a franquia em 2007) lançou Halo 4, todo esse charme desapareceu e as instalações e os inimigos foram para um lado futurista mais genérico. As paisagens naturais sumiram junto com estilo mais militar, que foi substituído por um visual exagerado, cheio de luzes e cores para todo lado. Além disso, os mapas dos jogos da saga, que eram conhecidos por serem grandes e darem muitas possibilidades de abordagem ao jogador, foram extremamente reduzidos. Até mesmo o modo online, que sempre foi um elemento importante nos jogos, decaiu em qualidade. O que se manteve com um alto nível foi a história, adotando um tom bem mais intimista e humano, mas na época foi de longe a mais confusa da série, dependendo muito de outras mídias para fazer sentido, fator responsável por afastar os novatos nesse universo.
Foi mais ou menos nessa época que o Xbox 360 conquistou um espaço gigantesco aqui no Brasil, fazendo com que muitos jogadores tivessem uma primeira impressão ruim de Halo. Não é como se Halo 4 fosse péssimo, porém ele sacrificou muito da identidade de sua franquia em todos os aspectos, complicou demais o enredo e apresentou o multiplayer mais esquecível e genérico de toda série. A 343 aproximou demais Halo de jogos como Call of Duty, fazendo de Halo 4 um FPS confuso, sem muita personalidade e exageradamente futurista, o que desagradou os fãs e provavelmente dificultou a expansão da saga no Brasil.
Infelizmente, todos esses problemas pioraram em Halo 5: Guardians, que além de trazer uma história consideravelmente inferior à do 4, deixou o enredo ainda mais complicado e intensificou a estética futurista exagerada. Na jogabilidade, a 343 tentou ir para um lado mais frenético, o que tornou o game bastante divertido, principalmente no modo multiplayer – que pelo menos funcionou melhor que o de Halo 4. No entanto, esse novo estilo de gameplay não combinou em nada com a franquia, fazendo do quinto título da série principal uma grande decepção, desperdiçando completamente a oportunidade de resolver os problemas de seu antecessor.
Hoje, virar fã de Halo já está muito mais fácil, mesmo aqui no Brasil. Através do Xbox Game Pass, que está disponível tanto para PC quanto nos consoles, podemos jogar a coletânea Halo: The Masterchief Collection, que traz uma versão remasterizada de Halo Combat Evolved, um remake de Halo 2, e os jogos Halo 3, Halo 3: ODST, Halo Reach e Halo 4 com algumas melhorias gráficas. Isso tudo somado a um incrível multiplayer, que inclui todos os jogos da série, oferece uma vasta gama de modos e tem atualizações frequentes. É o pacote definitivo para quem quer ingressar na franquia! 
Por que jogar Halo? 
São muitos os motivos que podem te fazer querer adentrar nesse fantástico universo.
Se você busca por um FPS com mapas gigantescos, Halo é pra você! 
Se você busca um jogo para curtir com amigos em coop, Halo é pra você! 
Se você quer viciar no multiplayer de um game de tiro, Halo é para você! 
Se você quer conhecer um universo fantástico com uma história rica, complexa e envolvente, Halo é pra você! 
Halo é a junção de uma ótima jogabilidade, mapas abertos e cheios de possibilidades, um coop sensacional, multiplayer viciante e uma das histórias mais fantásticas já contadas em qualquer mídia. Mesmo com altos e baixos, a franquia em si vale a pena. Sim, há títulos fracos, jogos que não trabalham bem certos elementos importantes, mas ainda assim possuem pontos positivos suficientes para te prender por algumas horas.
Para você que está interessado em ingressar na série, aqui vai uma dica: como Halo Combat Evolved, o primeiro jogo, já envelheceu bastante, uma boa opção para entrar na saga é através de Halo Reach, o último título que foi desenvolvido pela Bungie. Reach carrega a essência da franquia e conta com uma jogabilidade mais atual e uma história fácil de entender, mesmo para novatos, já que trata-se de um prequel de Combat Evolved
Mas caso você queira saber a ordem cronológica exata, para jogá-los da forma mais “correta” possível, aqui está: 
• Halo Wars (spin-off de estratégia em tempo real) 
• Halo Reach 
• Halo Combat Evolved 
• Halo 2 
• Halo 3: ODST 
• Halo 3
• Halo: Spartan Assault (spin-off pensado para mobile) 
• Halo 4 
• Halo: Spartan Strike (sequência do spin-off pensado para mobile) 
• Halo 5: Guardians
• Halo Wars 2 (sequência do spin-off de estratégia em tempo real) 
O que podemos esperar para o futuro? 
O próximo lançamento da franquia é Halo Infinite, que promete ser a redenção da 343 Industries. O estúdio realmente acertou na coletânea Masterchief Collection, mas eles ainda precisam mostrar seu valor como desenvolvedores de jogos novos. Fato é que Halo 4 e 5 não agradaram tanto quanto deveriam, então agora tudo está nas mãos de Infinite, que promete ser um reboot espiritual da saga -considerando os acontecimentos de todos os games, mas trazendo o bom e velho estilo da Bungie. 
 
Apesar de estar rodeado por polêmicas, Halo Infinite vem mostrando potencial para não ser apenas um ótimo jogo, como também um ótimo Halo, trazendo a identidade da série de volta. Tudo que já vimos até o momento indica que ele mesclará um estilo de gameplay mais moderno, com a personalidade dos games da saga criados pela Bungie, o que inclui mapas grandes, inimigos carismáticos, visuais menos futuristas e uma história rica, só que fácil de se acompanhar. Além disso, o multiplayer de Infinite será lançado gratuitamente, o que abre ainda mais as portas para a chegada de novatos. 
 
As circunstâncias parecem boas. Será que Halo finalmente irá voltar com tudo e quem sabe, desta vez, emplacar no Brasil?
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