Análise do filme Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma

Mostrando o começo da grande saga Skywalker, que só foi finalizada em 2019, com o Episódio IXStar Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma é o primeiro filme da cronologia de Guerra nas Estrelas. Lançado em 1999, o longa-metragem serviu como começo de uma trilogia prequel, ambientada antes dos três longas feitos por George Lucas nos anos 70 e 80.
Na história, somos apresentados a Qui-Gon Jinn (Liam Neeson) e seu aprendiz Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor). Ambos são membros da ordem Jedi, um grupo de guerreiros fantásticos capazes de controlar a força, uma espécie de campo de energia presente em todos os seres vivos. Os dois personagens têm suas vidas completamente transformadas durante uma missão, quando eles param em um planeta deserto, chamado Tatooine, local em que conhecem o pequeno Anakin Skywalker (Jake Lloyd), uma criança completamente anormal. Anakin sequer tinha um pai e foi supostamente criado pela força. Qui-Gon vê no garoto um potencial latente e percebe que ele talvez pudesse ser o escolhido para trazer o equilíbrio entre a luz e as trevas na força. Acontece que a dupla Jedi está sendo perseguida pelo terrível Darth Maul (Ray Park), um membro da ordem Sith, que havia sido dada como extinta há milênios.
É a partir desse ponto que o filme desenvolve a sua trama, que acaba sendo mais complexa do que o necessário. A Ameaça Fantasma não é a história de uma criança sendo levada até um lugar onde seria treinada para virar um Jedi, na verdade o longa opta por abordar várias questões, transitando entre diversas tramas. A política é inserida no enredo de uma forma pouco interessante, tornando tudo muito chato e complicado. Mesmo que este seja o primeiro filme da cronologia de Star Wars, vários elementos não são bem apresentados e muitas vezes o que temos é uma bagunça de informações, que são passadas sem um contexto muito claro.
Qui-Gon e Obi-Wan são bons personagens, mas quase não existem momentos divertidos entre eles, a maioria das cenas é bem chata e não leva a lugar nenhum. O alívio cômico, que fica por conta de Jar-Jar Binks (Ahmed Best), é terrível, tendo o personagem uma personalidade completamente infantil e boba. Infelizmente Binks é essencial para o desenvolvimento da narrativa, o que faz com que ele esteja presente em todo filme. Para nós espectadores, a única coisa que Jar-Jar tem de interessante é o seu visual. Mesmo tendo sido lançado em 1999, seu CGI não envelheceu mal, o que mostra o quão tecnológico o visual era para a época. Na verdade, quase tudo no filme estava à frente de seu tempo. Os efeitos práticos, comuns na trilogia original de Star Wars, estão presentes. Também existem vários efeitos especiais, talvez até mais do que o necessário, porém grande parte deles possui uma qualidade realmente alta. Naturalmente, hoje já não surpreendem mais, mas para a época tudo era muito incrível.
Anakin Skywalker, que é um dos personagens mais importantes de toda a franquia, é outro problema do longa. O garoto demora muito para aparecer e, quando finalmente dá as caras, acaba ocupando o filme com atividades que definitivamente não precisavam ser mostradas. É como se todo Episódio I fosse um prólogo gigantesco dos próximos filmes, a história é chata e simplesmente não rende. A ameaça fantasma por trás dos acontecimentos é a coisa mais interessante, mas lamentavelmente ela é pouco explorada; se você nunca viu outro filme da saga, dificilmente entenderá tudo que está acontecendo. Existe uma conspiração, mas a película esquece de nos mostrar isso.
O filme não apresenta uma aventura divertida para acompanharmos e infelizmente nada flui muito bem. O que há de melhor em A Ameaça Fantasma é a batalha final, quando Qui-Gon e Obi-Wan enfrentam Darth Maul. Essa batalha utiliza coreografias muito superiores às da trilogia original, além de ter uma das músicas mais marcantes de Star Wars. Por sinal, a trilha sonora é um dos únicos aspectos que não decepcionam, sendo composta de ótimas músicas.

Considerações finais
O começo dessa trilogia de prequelas é um triste regresso da franquia. Todo estilo aventuresco gostoso de se assistir nos filmes originais morre aqui: ao invés de seguir os Jedi fugindo dos Sith, o longa se preocupa mais em contar várias tramas políticas e dar um contexto de como funciona a República. No fim, o que temos é uma história sem carisma e com acontecimentos mal explicados. Por ser o filme que apresenta o escolhido da força e o retorno dos Sith, a ausência de momentos épicos e cenas marcantes fizeram muita falta.
Dirigido por George Lucas, A Ameaça Fantasma não chega a ser o pior filme de Star Wars, já que no Episódio III – A Vingança dos Sith (o último filme dessa trilogia) passamos a entender toda a conspiração que rodeia as três prequelas, o que dá um peso maior para o Episódio I. Tendo feito muito pelo cinema com seus efeitos especiais incríveis, a película também honra o histórico de sua franquia com músicas maravilhosas. Apesar desses pontos, o filme é fraco, chato e esquecível.
Nota
★★☆☆☆ – 2 – Regular
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