Análise da série The Americans (2ª temporada)
Atenção! O texto a seguir contém spoilers da primeira temporada de The Americans.
Depois de um final completamente surpreendente, The Americans retorna explorando novos temas. Como Philip (Matthew Rhys) e Elizabeth (Keri Russell) reclamaram de Claudia (Margo Martindale) para a Central, o casal começou a receber instruções de outros agentes da KGB em solo estadunidense. Embora esteja menos presente, Claudia ainda continua tendo uma importância na condução das operações dos protagonistas. Elizabeth mal se recuperou do tiro que levou e já está novamente em ação para atender aos interesses da Mãe Rússia.
O primeiro episódio da segunda temporada passa uma mensagem bem clara: os agentes da KGB não estão tão seguros como pensam. Enquanto estavam aparentemente de férias, uma família de espiões russos é brutalmente assassinada no quarto de um hotel. O único sobrevivente foi o filho mais velho, que não estava junto com os pais e a irmã no momento do atentado. Elizabeth e Philip conheciam a família e acabam ficando extremamente preocupados com o ocorrido, já que eles não têm a mínima noção de quem poderia ter feito aquilo. Prezando pela segurança de sua família, os dois passam a investigar o crime, ainda que não tenham recebido ordens de Moscou. O desfecho dessa história, que só é revelado no final da temporada, me deixou extremamente surpreso.
Philip e Elizabeth também se envolvem em duas grandes operações para obter detalhes sobre os projetos que estão sendo desenvolvidos pelos Estados Unidos: o primeiro gira em torno de um submarino, enquanto o segundo tem como alvo os aviões stealth, um tipo de tecnologia que faz com que as aeronaves não sejam detectadas por radares. Em ambos os casos, os dois precisarão de mais pessoas para conseguir descobrir maiores informações. A tecnologia dos aviões stealth interessa tanto os russos que até mesmo a Rezidentura participa da operação, mas não de forma conjunta, o foco de Arkady Ivanovich (Lev Gorn) acaba sendo o programa de computador utilizado pelos estadunidenses para desenvolver os aviões.
Como se os desafios do trabalho já não fossem o bastante, os protagonistas ainda terão que lidar com inconvenientes relacionados a seus filhos. Desde o final da primeira temporada, Paige (Holly Taylor) começou a desconfiar das atitudes estranhas de seus pais. Suas suspeitas aumentam no decorrer do segundo ano e ela tenta, por mais de uma vez, descobrir no que seus pais estão envolvidos. Para piorar o clima entre eles, Paige começa a frequentar uma igreja evangélica e manifesta o interesse de ser ativa nos movimentos religiosos, deixando Elizabeth e Philip bastante irritados. Embora seja bem menos problemático, Henry também causa dor de cabeça para os seus genitores ao se envolver em uma pequena polêmica por conta de um videogame.
Na casa vizinha, o casamento de Stan (Noah Emmerich) e Sandra (Susan Misner) apresenta cada vez maiores sinais de desgaste. Ao perceber que o marido estava tendo uma relação extraconjugal, Sandra decide tomar uma atitude inusitada. Stan aparentemente encarou bem a escolha feita por sua esposa, já que ele sabe que grande parte do fracasso do casamento se deve à suas próprias atitudes. O agente do FBI segue se envolvendo cada vez mais com Nina Sergeevna (Annet Mahendru), sua informante, e tenta traçar uma estratégia para protegê-la de possíveis ações da URSS.
Voltando a falar da KGB, a chegada de Oleg Igorevich (Costa Ronin) na Rezidentura tira um pouco da tranquilidade de Arkady e Nina para seguirem com a operação de obtenção de dados de Stan. As ações de Oleg estreitam as relações da Rezidentura com o FBI, gerando desdobramentos interessantes e culminando em um final de certa forma inesperado. Paralelo a isso, Philip (ou melhor, Clark) continua conseguindo informações por intermédio de Martha (Alison Wright). Me pergunto o quanto Martha realmente acredita naquilo que Clark lhe diz. Depois da revelação feita por ela sobre o disfarce de Philip no décimo segundo episódio, parece que Martha está pouco se importando com o rumo que os dados que ela passa para Clark tomarão. Vamos ver como será o seu comportamento nas próximas temporadas…
Considerações finais
Repetindo a estratégia adotada na primeira temporada, os roteiristas de The Americans guardaram os melhores momentos para os capítulos finais. Ao longo dos treze episódios do segundo ano, temos uma sequência de acontecimentos mornos para, no episódio final, a temperatura ser elevada ao limite. A história não é ruim, longe disso, mas parece que nos encerramentos de temporada a série assume um ritmo e uma perspectiva completamente diferentes.
Mantendo o mesmo padrão de qualidade, a atração coloca os agentes da KGB para enfrentar operações cada vez mais complexas, definitivamente não é um tipo de serviço que conseguiria ser executado por qualquer pessoa. The Americans acerta ao dosar os dramas familiares com as questões relacionadas à espionagem. É extremamente interessante ver como os diversos acontecimentos repercutem no FBI e na Rezidentura. A ambientação de época mais uma vez é extremamente bem feita e os atores apresentam uma contribuição relevante para a qualidade da série. Estou extremamente curioso para saber como Philip e Elizabeth lidarão, na terceira temporada, com as novas ordens que vieram da Rússia.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
Veja mais sobre The Americans:
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