Análise da série Prison Break (3ª temporada)
Atenção! O texto a seguir contém spoilers da segunda temporada de Prison Break.
Depois de dias de fuga e do fracasso do plano para obter o perdão presidencial, Lincoln Burrows (Dominic Purcell) e Michael Scofield (Wentworth Miller) decidem ir para o Panamá. Após ter sido perseguido por Bellick (Wade Williams) e Sucre (Amaury Nolasco) no México, esse, curiosamente, também é o destino escolhido por T-Bag (Robert Knepper). Pressionado pela Companhia, Mahone (William Fichtner) conseguiu decifrar a parte final do plano de Michael e também vai parar no país da América Central, onde a maior parte dos eventos relevantes do final da segunda temporada acontecem.
Em uma sequência de perseguições, mortes e dinheiro no fundo do mar, Scofield, Mahone, T-Bag e Bellick são presos e levados para a Penitenciária Federal de Sona, um local que praticamente foi abandonado pelo governo do Panamá. Devido às rebeliões ocorridas em anos anteriores, os guardas do presídio passaram a fazer apenas a vigilância externa, deixando os detentos se virarem por conta própria no interior da penitenciária. Essa atitude provocou o surgimento de lideranças internas, comércio e até mesmo uma espécie de código de conduta. Apenas abrindo um parêntese, é totalmente impensável a existência de presídios nesses moldes em países democráticos em pleno século XXI, onde os prisioneiros sequer têm acesso adequado à água.
Sona é um ambiente com pouca margem para erro: desavenças são resolvidas em lutas no pátio do presídio, sendo vencedor aquele que sai vivo do embate. Em um primeiro momento, o presídio parece ser um local extremamente hostil (vide o sofrimento de Bellick no começo da temporada), mas ao longo dos episódios passamos a ter uma visão um pouco diferente do estabelecimento. No geral, os novatos são bem aceitos por aqueles que já estavam lá há mais tempo, o que acaba soando bastante estranho para um lugar que tem suas próprias regras. Apesar de estar lidando com pessoas que poderiam matá-lo a qualquer momento, Scofield é destemido ao realizar certas ações, parece que ele acredita que jamais cometerá um erro.
Aproveitando da situação em que Michael se encontra, a Companhia tenta forçá-lo a executar um trabalho para eles: retirar James Whistler (Chris Vance) de Sona. O problema é que Whistler está desaparecido e existem mais pessoas interessadas no seu paradeiro. Tendo sequestrado LJ (Marshall Allman) e Sara (Sarah Wayne Callies), a Companhia dá ao protagonista o prazo de uma semana para encontrar uma forma de colocar Whistler fora da penitenciária, caso contrário seu sobrinho e sua namorada serão mortos. Se antes Scofield demorou meses para planejar a fuga de Fox River, agora ele terá poucos dias para bolar algo em um local totalmente desconhecido.
A principal porta-voz da Companhia é Gretchen (Jodi Lyn O’Keefe), que constantemente pressiona e chantageia Lincoln. Outra personagem nova que ganha bastante espaço na terceira temporada é Sofia (Danay Garcia), namorada de Whistler. Assim como Sofia, chega um momento em que não temos certeza sobre quem Whistler realmente é e quais são suas reais intenções. Ele é alguém em quem Michael pode confiar? Qual o seu real envolvimento com a Companhia? Que ele é uma pessoa importante não resta dúvidas, já que até uma tentativa cinematográfica de resgatá-lo em um helicóptero acontece. Muitas perguntas e poucas respostas nessa parte da história.
Como não conseguiu ser solto pelos meios legais, Mahone decide se aliar a Michael para alcançar um objetivo em comum: sair de Sona e retornar para os Estados Unidos. Os dois são obrigados a superar os problemas do passado, ao menos por enquanto, para o sucesso do plano de fuga. Do lado de fora, eles contam com o apoio de Lincoln e Sucre. O principal problema é que Lincoln não possui uma mente tão brilhante como a do irmão. Se levarmos em conta a situação de LJ e Sara, as chances de um erro ser cometido são grandes. Isso gera constantes desgastes na relação de Lincoln com Gretchen, resultando em acontecimentos que tentam impactar o telespectador, mas acabam falhando nesse ponto. De qualquer forma, é legal ver Dominic Purcell ocupando um maior espaço na série.
Considerações finais
Olhando para o número total de episódios (treze), a primeira impressão que fica é que esta poderia ser a melhor temporada da série em termos narrativos, já que não haveria necessidade de se esticar a história por mais de vinte episódios. O resultado final, no entanto, fica longe disso: entre os três primeiros anos da série, este é de longe o mais fraco de todos. Acontecimentos absurdos ganham cada vez mais espaços, o que consequentemente torna a história mais superficial e sem carisma. Importante destacar que essa redução de episódios não foi estratégica, mas sim forçada, devido a greve dos roteiristas de 2007-2008 (repare que a maioria das séries que estavam em exibição nessa época contam com temporadas menores).
Os planos mirabolantes já não chamam mais tanto a atenção e a trama deixa a desejar em diversos fatores: o que parecia ser voltado para criar algum tipo de tensão acaba se tornando repetitivo e sem graça. E aquela cena da cabeça dentro da caixa? Existiam inúmeros outros meios de provocar a sensação que os roteiristas queriam passar… Um evento desnecessário e totalmente fora do padrão de Prison Break (pior ainda são os seus desdobramentos). Enfim, uma temporada abaixo das anteriores: não é ótima, mas também não chega a ser ruim.
★★★☆☆ – 3 – Bom
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