Análise da série Prison Break (2ª temporada)
Atenção! O texto a seguir contém spoilers da primeira temporada de Prison Break.
Depois de Lincoln Burrows (Dominic Purcell) ter sido preso e condenado à pena de morte por um crime que não cometeu, seu irmão, Michael Scofield (Wentworth Miller), panejou um ousado plano para retirá-lo de uma penitenciária de segurança máxima. Com isso, a grande maioria das cenas da primeira temporada de Prison Break são ambientadas no interior do presídio Fox River. Após muitas idas e vindas, a fuga finalmente aconteceu nos episódios 21 e 22, mas como já era de se imaginar as coisas não seriam tão simples. Em uma sequência de acontecimentos caóticos, T-Bag (Robert Knepper) tem sua mão esquerda arrancada e o avião requisitado por Abruzzi (Peter Stormare) acaba decolando antes dos prisioneiros chegarem até ele, deixando-os completamente desamparados. O processo de fuga passa então a ser o mote de todo o segundo ano da atração.
Com T-Bag, Tweener (Lane Garrison) e Haywire (Silas Weir Mitchell) já fora do grupo, assim que o restante consegue despistar a polícia, cada um passa a seguir seus próprios caminhos. Do outro lado da história, o agente do FBI Alexander Mahone (William Fichtner) está determinado a parar todos os oito prisioneiros fugitivos, ainda que seja obrigado a tomar medidas extremas. Visitando o antigo apartamento de Scofield, Mahone encontra elementos suficientes para descobrir que a fuga foi minuciosamente orquestrada há meses. Com isso, ele pede que seus homens investiguem até mesmo um lago próximo ao prédio, local em que Michael havia descartado o HD do seu computador. Quando começa a descobrir o significado das tatuagens de Scofield, sua caçada fica mais fácil, já que os próximos passos de Michael também estavam gravados na sua pele. Apesar de ser muito esperto, Mahone possui pontos fracos que ocasionalmente são explorados por diferentes personagens.
A vida de Sara Tancredi (Sarah Wayne Callies) muda da água para o vinho em questão de dias. Depois de ficar na mira da polícia por ter deixado a porta da enfermaria destrancada, auxiliando à fuga dos detentos, a médica também passa a ser alvo da Companhia. O agente secreto Paul Kellerman (Paul Adelstein) começa a frequentar o mesmo grupo de viciados de Tancredi e tenta se aproximar dela. O real interesse de Kellerman fica claro quando o pai de Sara, ao tomar conhecimento de algumas informações sigilosas do caso de Lincoln, comete suicídio. A médica acredita veementemente que seu pai não seria capaz de tirar a própria vida, o que torna a sua morte um tremendo mistério. Não demora muito para Tancredi perceber que ela também está correndo risco.
Quando o FBI oferece uma recompensa de cem mil dólares para quem entregar algum dos fugitivos, os detentos precisam lidar com o fato de seus rostos estarem estampados por todos os lados. Como ninguém pensou em mudar a aparência? Nem mesmo a barba eles deixaram crescer… Enquanto T-Bag precisa resolver a questão da sua mão, a grande maioria dos seus colegas de fuga tentam entrar em contato com suas famílias, dando origem a uma série de subtramas. O FBI passa a usar LJ (Marshall Allman) para atrair Lincoln, o que acaba funcionando mais de uma vez, mas lograr êxito em capturá-lo é outra história.
Superado esse primeiro momento da fuga, com exceção de Haywire (que estava mais preocupado em construir uma jangada para ir para a Holanda), todos passam a focar em um mesmo objetivo: encontrar os cinco milhões de dólares de Charles Westmoreland (Muse Watson). Antes de deixarem Fox River, Charles contou para Michael que havia enterrado o dinheiro debaixo de um silo, nos arredores de Tooele, em Utah. Acontece que o provável local não é mais um ambiente rural e conta agora com várias casas. O desafio será descobrir sob qual delas o dinheiro está escondido, o que acaba provocando uma nova reunião dos fugitivos.
A narrativa da segunda temporada deixa mais claro qual era o real envolvimento do pai de Lincoln e Michael com a Companhia, bem como os motivos pelo qual a organização quer tanto exterminar certas pessoas. O alto escalão da política passa a ganhar espaço durante boa parte da história, o que julgo ser algo positivo. O ponto forte foram as constantes reviravoltas apresentadas, que conseguiram dar um gás extra para a extensa temporada de 22 episódios.
Considerações finais
Prison Break muda completamente a sua fórmula da primeira para a segunda temporada. Se antes os principais personagens estavam limitados por barreiras físicas, agora eles têm todo o mundo para ser explorado (com cautela, claro, já que eles são fugitivos procurados e com um alto valor de recompensa). A busca pelo dinheiro de Westmoreland dá uma agitada no enredo, envolvendo uma grande quantidade de personagens e uma longa sequência de acontecimentos. Além disso, o enredo também é composto por questões políticas e as ações da Companhia para manter os seus interesses intactos. É uma boa renovação, já que mais uma longa temporada quase que inteiramente limitada ao ambiente prisional provavelmente seria cansativa.
Em termos de edição, a série segue o mesmo padrão visto no seu ano de estreia, utilizando efeitos visuais e sonoros nas transições de cenas. Prison Break novamente aposta em algo que foge um pouco da realidade, mas ainda assim foi capaz de prender a minha atenção e me deixar curioso para saber o que acontecerá na sequência.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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