Análise do filme Violet Evergarden Gaiden: Eternidade e a Boneca de Automemória
Dirigido por Haruka Fujita e Taichi Ishidate, Violet Evergarden Gaiden: Eternidade e a Boneca de Automemória (no original, Vaioretto Evâgâden Gaiden: Eien to Jidou Shuki Ningyou) é um filme spin-off de Violet Evergarden, anime produzido pelo estúdio Kyoto Animation. O filme pode ser perfeitamente assistido sem que você tenha visto a série animada, mas o interessante é conhecer antes a história de Violet para pegar todas as referências envolvendo a protagonista e os demais personagens do longa.
Fazendo uma rápida recapitulação do anime, sem dar spoilers, Violet era uma criança órfã que foi encontrada durante a guerra. Devido às suas impressionantes habilidades, ela acabou sendo transformada em uma espécie de arma durante as batalhas. Com o fim do conflito armado, Violet decidiu se tornar uma autômata de automemória, pessoa especializada em escrever cartas para outras pessoas. O desafio, no entanto, foi muito maior do que ela imaginava, já que as marcas profundas deixadas pela guerra dificultaram o desempenho de sua nova profissão.
Desta vez, ao invés de ser chamada para redigir uma carta, Violet foi contratada pela família real de Drossel para ser tutora de Isabella York por três meses. Isabella atualmente vive em um internato feminino, onde todas as alunas são oriundas da alta sociedade ou irão se casar para entrar em alguma família respeitável. A missão de Violet é fazer com que a jovem tenha sucesso como debutante e possa, consequentemente, ter um futuro promissor. Nos primeiros contatos, Violet e York não se dão extremamente bem, mas com o passar do tempo a relação vai melhorando e elas se tornam amigas. É interessante notar que Violet ainda conserva alguns traços muito frios em sua personalidade, o que certamente prejudicou a sua aproximação de Isabella (que também já tinha seus problemas).
Enquanto conhecemos a senhorita York, o filme nos apresenta pequenos flashbacks, revelando que Isabella foi separada de sua irmã, Taylor, durante a guerra. Seguindo a mesma pegada do anime, Eternidade e a Boneca de Automemória trabalha muito com os sentimentos dos seus personagens e retrata bem o amor que uma irmã sentia pela outra, bem como a dor nutrida por ambas após a separação.
O filme é dividido em duas partes: na primeira delas conhecemos Isabella e acompanhamos todos os seus passos até ela se formar no internato; na segunda, o foco está em Taylor, que fugiu de um orfanato e iniciou uma aventura para tentar restabelecer contato com a sua irmã. Como a história passa por um avanço temporal de três anos, o atual endereço de Isabella é desconhecido. Interessante notar que a cena inicial do filme é um flashforward, que mostra Taylor chegando à cidade em que a Companhia Postal CH está instalada.
Como você já deve ter percebido, apesar de Violet ter a sua importância na narrativa, a trama gira em torno do drama familiar de Isabella e Taylor. Não que isso seja completamente ruim, mas pelo fato de a obra levar o nome “Violet Evergarden”, eu esperava uma maior participação da personagem. Por outro lado, é legal ver Benedict também se tornar um nome importante em Eternidade e a Boneca de Automemória. Temos ainda a participação especial de Luculia (nesse ponto, você precisará ter assistido o anime para pegar a referência).
Considerações finais
Assim como o anime, Violet Evergarden Gaiden: Eternidade e a Boneca de Automemória tem uma trilha sonora e um estilo artístico belíssimos e dignos de muitos elogios, mais um grande trabalho do Kyoto Animation. Feita a ressalva de Violet assumir um papel quase que secundário, a história do spin-off consegue manter o mesmo padrão dramático da série animada, focando bastante nos sentimentos dos seus personagens e transmitindo uma bonita história de amor.
É interessante ver novos elementos serem introduzidos na narrativa, como a energia elétrica e a construção de uma torre de rádio na cidade: é a chegada do progresso, quatro anos após o fim da guerra. Essa passagem de tempo também atesta a evolução de Violet (vide o papel que ela desempenha no filme, totalmente fora da sua zona de conforto), mas fica claro que a autômata ainda precisa de mais tempo para conseguir criar laços com outras pessoas quando o assunto não se resume a escrever cartas.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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