Análise da série Billions (1ª temporada)
Bobby Axelrod (Damian Lewis) é um famoso bilionário de Wall Street, o coração financeiro de Nova York. No dia 11 de setembro de 2001, ele perdeu todos os seus parceiros de negócio em um fundo de investimento. Minutos depois do destino ter impedido a sua morte, Axelrod fez uma ousada jogada e ganhou um mar de dinheiro. Com isso, ele assumiu o controle total do fundo e o renomeou para Axe Capital. Apesar das boas intenções por trás de suas ações, Bobby é um homem ganancioso e extremamente estrategista, capaz de ir fundo e ameaçar qualquer um que possa ser um empecilho para a concretização dos seus planos. Como dinheiro é uma coisa que não lhe falta, ele sempre está cercado de pessoas para auxiliá-lo nas mais diversas ações no seu dia a dia.
O principal oponente de Axelrod é o procurador federal do distrito sul de Nova York, Chuck Rhoades (Paul Giamatti). O embate entre os dois começa já no episódio Piloto, quando Chuck recebe em seu escritório uma série de indícios que apontam que Bobby e a Axe Capital utilizam informações privilegiadas para ganhar dinheiro no mercado financeiro. Inicia-se então um jogo de gato e rato e o primeiro ato de Chuck é testar Axelrod em um negócio envolvendo uma mansão avaliada em US$ 83 milhões. Quando Bob fecha o negócio, Chuck decide mobilizar o seu escritório e inicia uma investigação contra o bilionário.
Sendo uma pessoa muito bem vista pelo público, graças às inúmeras doações que realiza aos mais diversos setores da sociedade, Chuck sabe que enfrentar Axelrod não será uma tarefa fácil. O procurador também tem em mente que este pode ser o caso que vai definir a sua carreira. No entanto, há um conflito de interesses no meio dessa história que, cedo ou tarde, será suscitado: Chuck é casado com a psiquiatra Wendy Rhoades (Maggie Siff), que trabalha como treinadora de desempenho na Axe Capital. Wendy conheceu Bobby antes de iniciar o seu relacionamento e o ajudou a se tornar o homem bem sucedido que ele é hoje. Em razão disso, Wendy é uma funcionária do alto escalão e alguém em quem Bobby tem profunda confiança (talvez ela seja a única no fundo a ter tal privilégio).
Ao longo dos doze episódios, cada um com duração aproximada de 1 hora, descobrimos que assim como Axelrod, Chuck também não é um exemplo a ser seguido quando o assunto é honestidade. Ele comete uma série de desvios de conduta, faz de tudo para que o caso de Bobby não seja transferido para o distrito leste e não é completamente sincero com sua esposa quando o assunto envolve a Axe Capital (na verdade ele vai além e, sempre que possível, tenta obter de Wendy informações privilegiadas que possam ajudá-lo no caso, mesmo não havendo consentimento da parte dela). Após alguns eventos, para não acabar com seu casamento, Chuck formalmente se retira do caso, mas segue controlando os passos de Bryan Connerty (Toby Leonard), que passa a conduzir a investigação.
A relação de proximidade entre Bobby e Wendy incomoda bastante os seus cônjuges, Lara Axelrod (Malin Akerman) e Chuck, respectivamente. Chuck também precisa lidar com o fato da esposa ter um salário muito maior do que o dele, sem mencionar que ela é a responsável por pagar a escola particular dos filhos, o que torna a sua saída da Axe Capital inviável. Já Lara, para preservar sua família, age para combater eventuais escândalos que possam surgir com o nome do seu marido. Tal como Bobby, Lara é uma jogadora estrategista e perigosa. No final das contas, entre os quatro personagens principais, Wendy parece ser a única que mantém a sua integridade intacta, até mesmo quando está em uma situação extremamente delicada.
Billions ainda conta com um número muito grande de subtramas envolvendo os escritórios da promotoria e da Axe Capital. Isso me fez achar a série um pouco confusa nos seus três primeiros episódios, já que são muitos nomes de personagens para serem guardados, ao mesmo tempo que a atração criada por Brian Koppelman, David Levien e Andrew Ross Sorkin apresenta uma sequência de fatos de forma acelerada. É uma grande quantidade de informação para ser absorvida em pouco tempo. No decorrer da temporada, acabei me acostumando com o dinamismo apresentado e ele se tornou uma das minhas características favoritas da produção do Showtime.
Considerações finais
Enquanto assistia a primeira temporada de Billions, me veio à cabeça Suits, outra série que explorou muito bem os ambientes corporativos. A semelhança de temática, a ambientação em escritórios e a presença do ator David Costabile, que aqui interpreta o personagem Wags (braço direito de Bobby na Axe Capital) são os únicos pontos em comum entre os dois seriados, já que a trama central de Billions, o embate entre Chuck e Axelrod, em nada lembra o drama jurídico da USA Network. São assuntos parecidos que apresentam abordagens completamente diferentes.
Não é à toa que Chuck gosta de um jogo de xadrez: para enfrentar Bobby é necessário realizar movimentos extremamente bem calculados, uma vez que ele não medirá esforços para criar jogadas objetivando o xeque-mate. O enredo de Billions vai crescendo de forma progressiva e entrega para o público uma season finale digna de toda a tensão que foi construída. Os diálogos são muito bons e os atores desempenham ótimos trabalhos. Objetivando tornar os ambientes mais impressionantes, a fotografia e a direção entregam para o público sequências de cenas que valorizam os grandes cenários da série.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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