Análise da série Bates Motel (3ª temporada)

Atenção! O texto a seguir contém spoilers da segunda temporada de Bates Motel.

Se nas duas primeiras temporadas Norman (Freddie Highmore) já dava indícios de sua psicose, o seu quadro se agrava muito durante o terceiro ano da série. Agora, ele passa a ter vagas memórias de suas ações nos momentos de apagão, mas não consegue distinguir as criações de sua mente daquilo que realmente aconteceu. Nos instantes em que é mais agressivo, a voz e a fisionomia de sua mãe estão sempre presentes em sua mente. Vemos também o jovem encarnando Norma (Vera Farmiga), o que inclui o comportamento e o uso de suas roupas, repetindo de forma mais intensa um fato isolado ocorrido na temporada passada, quando ele confrontou Caleb (Kenny Johnson). Argumentando que a relação com sua mãe já não era a mesma, Norman quer se tornar mais independente, mas ao mesmo tempo não tem segurança para seguir sua vida sozinho.


Passada a temporada de verão, as coisas voltam a ficar monótonas no Motel Bates. Enquanto isso, o retorno de Norman à escola é marcado por alguns eventos emblemáticos. Para começar, ele não queria sair do carro da mãe quando eles chegaram na instituição de ensino. No intervalo, quando ia começar a lanchar, Norman enxerga sua antiga professora, Blaire Watson (Keegan Connor Tracy) e, assustado, foge da escola. Diante disso, Norma decide deixar o filho estudar apenas em casa, ocasião em que ele passa a ter a companhia de Emma (Olivia Cooke), que também abandona a escola. Estando mais próximos, Norman até pede Emma em namoro, mas o relacionamento dos dois não vai para frente, já que o jovem sempre tem outros pensamentos quando está junto com ela, o que faz com que eles fiquem distantes um do outro.

Recebendo a notícia de que sua mãe havia falecido, Norma assume comportamentos diferentes perante os filhos. Ao contar o ocorrido para Norman, ela diz não se importar com a morte da mãe, mas quando informa a Dylan (Max Thieriot) que sua avó havia morrido, Norma não consegue controlar suas emoções. Isso traz Caleb de volta para a história: ele retorna a cidade e tenta criar um relacionamento com Dylan, agora sua única família. Junto com Gunner (Keenan Tracey), ele passa a ajudar o sobrinho na construção de um celeiro, enquanto Dylan tenta fazer com que ele se reconcilie com Norma. A reaproximação de Caleb com sua família é uma situação muito complicada, principalmente em razão de suas atitudes no passado.

Depois que a polícia antidrogas esteve em White Pine Bay e acabou com todo o esquema de maconha existente na região, Romero (Nestor Carbonell) tenta convencer Dylan a tomar conta das operações ilegais de drogas no local, mas o filho de Norma quer cultivar maconha apenas para fins medicinais. Como o comércio de drogas parece estar em baixa, essa parte da narrativa cede espaço para a subtrama envolvendo Bob Paris (Kevin Rahm) e a sua busca incansável por um pendrive que contém informações sigilosas sobre o tráfico de drogas na região. O dispositivo de armazenamento acaba parando nas mãos de Norma, que vai querer algo em troca para devolvê-lo; o problema é que mais uma vez ela não faz ideia de onde está se metendo.
No motel, uma hóspede misteriosa chama a atenção de Norman. Ele se oferece para trocar a lâmpada queimada do seu quarto e depois é visto olhando pela janela enquanto ela se vestia. Ao ir até o escritório para pedir informações sobre um restaurante, o jovem se oferece para ir com ela até a cidade e lhe mostrar a localização. No trajeto, Annika (Tracy Spiridakos) revela que é uma profissional do sexo e que estava em White Pine Bay por conta de uma festa. Mais tarde, Norman chega sozinho no motel com o carro da hóspede. Descobrindo que o filho foi a última pessoa vista com Annika antes do seu desaparecimento, Norma coloca em sua cabeça que Norman pode ter feito mais uma vítima.

Para completar os pontos centrais da terceira temporada, temos também a volta de Norma aos estudos. No seu primeiro dia na faculdade, Norma por engano comparece a uma aula de psicologia, momento em que temos uma cena muito engraçada em que ela se recusa a ceder o seu lugar para o professor James Finnegan (Joshua Leonard). Apesar de seu comportamento nada gentil, James se aproxima dela e indiretamente é atingido pela turbulenta vida da proprietária do Motel Bates. O que vemos no decorrer dos dez episódios é uma Norma muito preocupada com o filho, mas o medo de ser separada dele a impede de procurar assistência médica adequada. Com isso, ela acaba guardando tudo o que acontece consigo.

Considerações finais
Enquanto as subtramas do terceiro ano são mais fracas do que as vistas na temporada anterior, a história principal de Bates Motel tem uma alavancada. Os problemas mentais de Norman se afloram e ele fica cada vez mais descontrolado, ao ponto das pessoas terem de agredi-lo para que ele desmaie e se acalme. A dupla Vera Farmiga e Freddie Highmore está mais uma vez impecável. Max Thieriot e Nestor Carbonell também se destacam em razão da importância que seus personagens tem com os vários problemas que surgem ao longo da temporada.

A parte técnica de Bates Motel continua incrível, o que resulta em ótimas cenas, seja em ambientes internos ou externos. Os ângulos de filmagem ajudam a representar bem aquilo que está sendo retratado pela atração e a mescla de presente e passado mais uma vez é um elemento marcante da série. Mesmo com algumas falhas, Bates Motel teve um bom desenvolvimento e entregou um grande episódio final.

Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo

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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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