Análise da série Stranger Things (3ª temporada)
A terceira temporada de Stranger Things é ambientada um ano depois dos acontecimentos da segunda, quando Onze/Eleven (Millie Bobby Brown) conseguiu fechar o portal do mundo invertido, dando finalmente paz para o jovem Will (Noah Schnapp). As crianças cresceram e são agora retratadas como adolescentes. Will aparentemente é o único que não passou pela fase de transição: isso fica bem claro quando ele briga com Mike (Finn Wolfhard) e Lucas (Caleb McLaughlin) por perceber que as coisas não estavam sendo como antes. Mike e Lucas estão mais interessados nos seus relacionamentos com Onze/Eleven e Max (Sadie Sink), respectivamente, do que jogar uma campanha de D&D. Falando nas meninas, Onze/Eleven e Max tornam-se bem próximas, compartilhando ideias sobre diversos assuntos.
Dustin (Gaten Matarazzo) também nota uma certa diferença no grupo. Mesmo tendo sido recepcionado por seus amigos depois de chegar de uma colônia de férias, onde também arrumou uma namorada, Suzie (Gabriella Pizzolo), Dustin não consegue se manter próximo do grupo. Ele então procura Steve (Joe Keery), com quem já tinha desenvolvido uma relação de amizade na temporada passada. Diferente dos anos anteriores, a terceira temporada dividiu seus principais personagens em núcleos diferentes. Dustin e Steve, junto com Robin (Maya Hawke) e Erica (Priah Ferguson), formam o núcleo mais legal desta temporada.
Com a frustração de não ter conseguido entrar para a faculdade, Steve começa a trabalhar em uma franquia de sorvetes no shopping Starcourt Mall, a nova atração de Hawkins. É lá que ele conhece Robin, sua companheira de trabalho, com quem ele rapidamente desenvolve uma relação de amizade. Enquanto tentava estabelecer comunicação com Suzie, Dustin encontra uma frequência onde estavam sendo feiras comunicações em russo. Ele grava um trecho da mensagem e a mostra para Steve. Como Robin tem facilidade em lidar com idiomas, ela se encarrega de traduzir a mensagem. Ao perceberem que se tratava de um código, o trio trabalha para descobrir do que se trata a mensagem. Erica, irmã de Lucas, passa a participar do grupo quando eles precisavam de alguém pequeno para passar pelos dutos de ar do shopping. Totalmente destemidos, os quatros descobrem a existência de um enorme complexo russo construído no subsolo de Hawkins.
O mundo invertido desta vez não ganha tanto destaque, o foco está na criatura que o habita: o Devorador de Mentes. Depois do Demogorgon atormentar Will por duas temporadas, o novo monstro, maior e muito mais perigoso, ataca Billy (Dacre Montgomery) e faz dele o seu principal hospedeiro. Digo principal porque Billy não é único a ser atingido, o Devorador de Mentes reúne um verdadeiro exército para tentar derrotar Onze/Eleven. E onde os russos se encaixam em toda esta história? Eles estão trabalhando na abertura do portal para o mundo invertido. Em plena guerra fria, os camaradas russos fizeram uma parceria com o prefeito de Hawkins para realizarem toda a operação, de forma que a construção do shopping serviu apenas como uma obra de fachada.
Joyce (Winona Ryder) percebe que algo de estranho está acontecendo quando os ímãs de geleira não fixam mais em locais metálicos em razão de uma alteração no campo eletromagnético da cidade. Ela comenta sobre o fato com Hoper (David Harbour) e os dois começam a investigar as antigas instalações do Laboratório Nacional de Hawkins. Joyce também é responsável para ajudar Hoper a lidar com o relacionamento de Onze/Eleven com Mike: o delegado não aceitar o crescimento de sua filha. Já Nancy (Natalia Dyer) e Jonathan (Charlie Heaton) começam a fazer estágio no jornal da cidade, estando cercados por um chefe e funcionários babacas. Com a pretensão de escrever uma grande notícia para o jornal, Nancy decide investigar um boato sobre um rato doente na casa da Sra. Driscoll (Peggy Miley). O que ela e Jonathan não esperavam é que a Sra. Driscoll seria uma das várias pessoas que foram atingidas pelo Devorador de Mentes.
Quando Onze/Eleven, em uma de suas visões, encontra Billy realizando comportamentos estranhos, e Will sente a presença do Devorador de Mentes, o grupo se une para tentar descobrir se o irmão de Max é realmente o novo hospedeiro da criatura do mundo invertido. Em paralelo a isso, Hoper e Joyce conseguem capturar Alexei (Alec Utgoff), um dos cientistas russos da URSS que está trabalhando no projeto de reabertura do portal do mundo invertido.
Considerações finais
Depois de algumas escolhas questionáveis terem sido tomadas na segunda temporada, o terceiro ano de Stranger Things consegue novamente apresentar uma história coesa. As pontas abetas da segunda temporada (lembra da irmã da Onze/Eleven e seu grupo) não foram sequer mencionadas, ou seja, parece que os criadores da série preferiram esquecer esse arco da história. Billy, personagem que não tinha tanta ligação com a narrativa da série, assume aqui um papel de suma importância, que foi muito bem executado pelo ator Dacre Montgomery. A adição dos personagens Robin, Alexei e Suzie, foi um grande acerto, apresar desta última ter pouco aparecido.
Os episódios iniciais preocuparam em contextualizar os novos rumos que a narrativa iria tomar, ao mesmo tempo que criavam expectativas para descobrir qual seria o desenrolar da história. Quando tudo já estava preparado, temos uma ótima sequência de episódios, com belíssimos efeitos visuais nas participações do Devorador de Mentes. A série continua com ótimas referência dos anos 1980, com direito a De Volta Para o Futuro nos cinemas e um personagem inspirado em O Exterminador do Futuro. O final deste terceiro ano é emocionante e apresenta uma cena intrigante pós-créditos.
Nota
★★★★★ – 5 – Excelente
Veja mais sobre Stranger Things:
└ Análise da série Stranger Things (1ª temporada)
└ Análise da série Stranger Things (2ª temporada)
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