Análise da série La Casa de Papel (Parte 1)

Originalmente exibida na Espanha em uma temporada única, com cada episódio tendo cerca 70 minutos, a série foi reeditada pela Netflix, que transformou a primeira temporada em duas partes. Como a série foi globalmente assim distribuída, esta análise será feita com base no padrão Netflix, ou seja, abrange todos os 13 episódios da primeira parte, que correspondem aos 9 primeiros episódios exibidos pelo canal espanhol Antena 3.

La Casa de Papel conta a história de um grupo de assaltantes que decide invadir a Casa da Moeda da Espanha para realizar um roubo milionário, o maior da história. Mais do que roubar dinheiro, eles vão fabricar o próprio dinheiro. O grupo precisa apenas de tempo, cada minuto dentro da Casa da Moeda garante a produção de milhares de notas de euro. Para garantir isso, eles devem estar sempre um passo à frente da polícia.

O Professor (Álvaro Morte) é o principal responsável por colocar o plano em prática: antes de executá-lo, ele passou anos estudando como tudo seria feito. Quando tinha tudo em mente, o Professor foi atrás de oito assaltantes, que passaram a ser identificados com nome de cidades: Tóquio (Úrsula Corberó), Berlim (Paco Tous), Moscou (Paco Tous), Nairobi (Alba Flores), Rio (Miguel Herrán), Denver (Jaime Lorente), Helsinque (Darko Peric) e Oslo (Roberto García). O grupo então passa alguns meses em uma casa, onde o Professor explica para todos como o plano irá funcionar.

Para que tudo desse certo, o Professor criou algumas regras, dentre elas a proibição de relações pessoais dentro do grupo, razão pela qual os assaltantes não são nem conhecido pelos seus nomes reais, e o uso de violência apenas em último caso. Um dos principais objetivos do plano é manter a opinião pública do seu lado: cada gota de sangue derramada significa a perda de inúmeros apoiadores.

Após os assaltantes invadirem o local e fazerem 67 pessoas de reféns, a polícia é acionada e a inspetora Raquel Murillo (Itziar Ituño) assume o caso. Raquel é responsável por cuidar das negociações, conversando diretamente com o Professor, via telefone. Este é o único meio de contato com os assaltantes, já que todo o restante dos aparelhos eletrônicos presentes na Casa da Moeda estão inacessíveis pela polícia. O Professor também faz contato com os assaltantes apenas por telefone, mas tem acesso a imagens de câmeras de segurança instaladas pelo grupo no prédio.

Como o Professor investigou o passado dos os reféns e dos membros da polícia, ele sabia dos problemas pessoas que a inspetora Murillo enfrentava. Não bastava o contato telefônico, ele foi além: assumindo a identidade de Salvador, ele acaba se aproximando de Raquel, com quem aos poucos começa a desenvolver um relacionamento amoroso.

O Professor parecia ter uma resposta rápida para cada problema surgido. As coisas começam a sair do controle quando situações inusitadas acontecem. Cabe ao Professor e os assaltantes encontrar rapidamente meios alternativos para conseguirem dar a volta por cima e manter o plano de pé.

Considerações finais
A história de La Casa de Papel se desenvolve com base em três pilares: as narrações de Tóquio, cenas dos assaltantes na Casa da Moeda, e flashbacks, mostrando toda a preparação para o assalto mais ambicioso de toda a Espanha. Aos poucos, vamos conhecendo as histórias de vida de cada um dos personagens. Temas como machismo e violência são abordados, ainda que de forma discreta.

O roteiro da série abusa de intensidade emocional, o que pode incomodar algumas pessoas. Ainda que apresente alguns problemas, no fim das contas a primeira parte de La Casa de Papel é sim uma boa produção. Mesmo não apresentando grandes inovações, a série cumpre bem o que se propõe a fazer: criar ansiedade no espectador para descobrir o que irá acontecer no próximo episódio. É muito bom ver uma série espanhola virar destaque mundial, mostrando que outros países também podem apresentar conteúdo de qualidade.

Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo

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