Análise da série Better Call Saul (3ª temporada)

Continuação direta da temporada anterior, o terceiro ano de Better Call Saul traz um duro embate entre irmãos: após Chuck (Michael McKean) ter gravado Jimmy (Bob Odenkirk) confessar um crime, o caso acaba chegando ao Poder Judiciário e a Ordem dos Advogados. Chuck quer que Jimmy seja impedido de continuar a exercer a advocacia e arma uma estratégia para tentar acabar com a vida profissional do irmão.

Como é de se esperar de uma série protagonizada por um advogado, a terceira temporada conta com cenas memoráveis no Tribunal. Incrível ver como um episódio totalmente focado na audiência envolvendo o caso dos irmãos McGill não se torna algo cansativo. Como Jimmy é uma pessoa esperta, ele utiliza todos os meios possíveis para se defender, enquanto Kim Wexler (Rhea Seehorn) se dedica à parte técnica de sua defesa.

Falando em Kim, é impressionante a importância que a personagem tem na série. Além de ser o porto seguro de Jimmy, ela é essencial para o desenvolvimento do protagonista. Após ter perdido sua habilitação profissional por um ano, Jimmy tenta encontrar meios alternativos de ganhar dinheiro, visando principalmente ajudar Kim com as despesas do escritório. Kim acaba ficando sobrecarregada de serviço, o que explica uma das cenas do final da temporada.

É dirigindo comerciais de TV que o personagem utiliza pela primeira vez a nomenclatura Saul Goodman. Por dinheiro, Jimmy é capaz de jogar baixo, atingindo até mesmo as velhinhas do Sandpiper. Depois que o estrago estava feito, ele tenta concertar as coisas, ainda que isto custe a sua reputação.

Better Call Saul tem uma história muito profunda. Nesta terceira temporada, o tráfico de drogas em Albuquerque ganha grande destaque, o que consequentemente faz com que personagens conhecidos de Breking Bad apareçam com uma frequência maior. A adição de Gustavo Fring (Giancarlo Esposito), responsável pela rede de fastfood Los Pollos Hermanos, foi interessante, apesar do personagem ainda não ter mostrado todo o poder visto em BrBa, o que é normal, visto que história de Gus ainda está sendo desenvolvida.

Mike (Jonathan Banks) definitivamente é um personagem que rouba cena: assistir o ex-policial em ação é sempre muito agradável. Mike começa muito presente na série, com as misteriosas perseguições, mas aos poucos acaba perdendo espaço à medida que a narrativa se torna mais complexa. De qualquer forma, é interessante ver os primeiros contatos dele com o narcotráfico.

Todos as cenas envolvendo Hector Salamanca (Mark Margolis) são marcadas por um alto nível de tensão, com destaque para uma específica: aquela em que Nacho (Michael Mando) troca os medicamentos do chefe do cartel mexicano. Para finalizar, é interessante mencionar a aparição de personagens como Lydia Rodarte-Quayle (Laura Fraser), Don Eladio (Steven Bauer), Juan Bolsa (Javier Grajeda) e Huell Babineaux (Lavell Crawford), velhos conhecidos de Breking Bad.

Considerações finais
O episódio final da terceira temporada é sem dúvida o encerramento mais emblemático já visto até então na produção. É legal ver como as coisas em Better Call Saul são bem pensadas: a primeiro momento, determinada cena pode parecer sem sentido algum; não demora e a explicação é apresentada para o público.

Todas as temporadas iniciam mostrando Gene, a nova identidade do Saul após os acontecimentos de Breaking Bad, aumentando a nossa a curiosidade para saber qual será desfecho do personagem. Não posso deixar de mencionar fotografia da série, os ângulos de visão durante as cenas chamam bastante atenção, remetendo a boas lembranças de Breking Bad. Better Call Saul deixou de ser apenas um spin-off e se igualou a série de origem em termos de qualidade. Com certeza está é a melhor temporada até o presente momento da produção de Vince Gilligan e Peter Gould.

Nota
★★★★★ – 5 – Excelente

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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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