Análise do jogo Layers of Fear

Em Layers of Fear o jogador assume o controle de um pintor que tem como objetivo terminar uma pintura, aquela que ele considera ser a sua obra prima. Preso dentro de uma mansão vitoriana, com decorações do século XIX, devemos explorar o local para encontrar os materiais necessários para concluir o trabalho artístico. Fora da casa está caindo uma tempestade, fazendo com ouçamos, com frequência, trovões.

É explorando a residência que descobrimos mais sobre o pintor, sua família e como avançar no game. Para concluir a pintura, devemos encontrar os objetos certos para que o pintor possa aplicar camadas no quadro que ele está criando. O game possui três finais, sendo cada um deles decorrente de suas ações dentro da casa. Como atividade extra, Layers of Fear conta com alguns colecionáveis para serem recolhidos.

O jogo não nos entrega uma história pronta, para entender o que está acontecendo devemos andar pelo ambiente e interagir com cartas, desenhos, bilhetes, objetos e outros elementos do cenário. Ainda assim, muitas questões ficam subentendidas, tendo o jogador a liberdade de para criar suas teorias.

Andando pela casa, percebemos que o protagonista possui problemas mentais. Do nada, os cenários alteram-se completamente, ao ponto de perdermos o controle daquilo que está acontecendo. Entrar em um novo cômodo pode nos colocar em um labirinto de portas. Cães latindo, bebê chorando, telefone tocando… Estes são apenas alguns dos detalhes que causam tormentos no jogador e contribuem para a criação do clima do jogo. A pergunta que sempre vem é: devo ir ver o que está acontecendo ou não?

Layers of Fear cria sentimentos de ansiedade e insegurança durante a exploração do ambiente. Nós nunca sabemos o que encontraremos do outro lado da porta. Um cômodo da casa já explorado por se mostrar completamente diferente em uma nova visita. Temos a sensação que há algo muito estranho no local, mas todas as coisas surreais que vemos são fruto do estado mental em que o personagem se encontra. Um simples giro de câmera pode nos surpreender.

O game apresenta gráficos bonitos e ambientes com uma grande riqueza de detalhes e boa iluminação. Os quadros pendurados na parede (e suas interações) mostram que realmente estamos vivendo uma aventura artística. A trilha sonora está presente em alguns momentos do jogo e é bem agradável. O que chama realmente a atenção são os sons que escutamos no ambiente – por isso, jogar Layers of Fear com um headset aumentará muito a sua imersão.

Com visão em primeira pessoa, a jogabilidade é extremamente simples: você basicamente anda pela casa, abre porta e gavetas e interage com objetos, quadros e outros elementos no cenário. O game também conta com alguns puzzles que não apresentam um grande nível de dificuldade para sua resolução.

Desenvolvido pela polonesa Bloober Team e lançado em 2016, Layers of Fear está disponível para PlayStation 4, Xbox One, Windows, macOS e Linux. Esta análise foi feita com base na versão do Xbox One.

Considerações finais
Podemos classificar Layers of Fear como um walking simulator de terror psicológico. É muito bom ver que game não recorreu a técnicas que produzem facilmente sustos no jogador, o medo é decorrente de toda a ambientação criada, aliado às visões sobrenaturais que o protagonista tem durante a jogatina. O quanto você vai compreender da enigmática história vai depender da sua exploração do ambiente.

Apresentando ótimos efeitos sonoros e um ambiente bonito (e atormentador), Layers of Fear é uma experiência assustadora e fascinante. Os efeitos causados pelas deformações no ambiente são excelentes, criando um certo grau de perturbação no jogador. O jogo, no entanto, é bem curto, podendo ser finalizado em aproximadamente duas horas. Apesar de apresentar alguns pequenos problemas de performance, este é mais um ótimo jogo independente que merece ser conhecido.

Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo

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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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