Análise da série The Walking Dead (2ª temporada)

Atenção! O texto a seguir contém spoilers da primeira temporada de The Walking Dead.

As coisas no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) não aconteceram da forma que o grupo esperava. Embora Edwin Jenner (Noah Emmerich) tenha acabado com qualquer esperança que os sobreviventes tinham para uma cura, o cientista também compartilhou os dados que ele havia descoberto sobre o que acontecia com os corpos das pessoas após a morte.. Antes do local ser explodido, Jenner cochichou algo no ouvido de Rick (Andrew Lincoln), informação que só é revelada no último episódio da segunda temporada.

Com a instalação destruída, o novo destino do grupo passa a ser Fort Benning, uma base do exército dos Estados Unidos. Enquanto se deslocavam para o local, eles encontram uma rodovia cheia de veículos abandonados, momento em que a mangueira do radiador do trailer de Dale (Jeffrey DeMunn) fura. Como uma pequena pausa precisaria ser feita para efetuar o reparo, os sobreviventes aproveitam a oportunidade e tentam encontrar algo útil nos carros. Nesse processo, eles são pegos de surpresa por uma grande quantidade de zumbis e precisam se esconder para salvar suas vidas. Pensando que a horda de mortos-vivos já havia passado, Sophia (Madison Lintz) é surpreendida por um zumbi e corre para a floresta tentando se salvar. Rick até consegue localizá-la, mas a garota não segue o plano que o policial lhe passou e desaparece no bosque. Buscas são feitas na região, mas os resultados não são  animadores.

Durante uma das expedições para tentar localizar a filha de Carol (Melissa McBride), Carl (Chandler Riggs) é acidentalmente baleado por um desconhecido. Otis (Pruitt Taylor Vince) disparou um tiro contra um cervo, mas a bala atravessou o animal e acabou atingindo o garoto. Desesperado com o que havia feito, Otis leva Rick, Carl e Shane (Jon Bernthal) até a fazenda de Hershel (Scott Wilson), um velho veterinário que poderia prestar assistência médica e tentar salvar a vida de Carl. Diante dessa situação, Maggie (Lauren Cohan), uma das filhas de Hershel, vai atrás do restante do grupo para comunicar o ocorrido. Enquanto alguns decidem ficar mais uma noite na estrada à espera de Sophia, o restante se desloca para a fazenda.

Mais do que os conhecimentos de Hershel, era preciso conseguir medicação para retirar todos os pedaços do projétil sem que Carl sentisse muita dor. Como estava doando sangue para o filho, Rick não podia sair para fazer uma busca. Quem executa esse trabalho é Shane, que junto com Otis vai até uma escola da região tentar encontrar remédios e cilindros de oxigênio. A partir desse instante, Shane começa a mostrar quem ele realmente é, tornando-se um fator de desequilíbrio para o grupo.

Com tudo o que tinham lidado recentemente, a fazenda consegue transmitir tranquilidade para os personagens, embora desde o princípio Hershel deixou bem claro que os estranhos permaneceriam na sua propriedade por um curto período de tempo. Já Rick vê que aquele local, com algumas melhorias, poderia ser ideal para que todos se mantivessem seguros. O maior desafio será fazer com que o veterinário mude de opinião. Nesse ponto, é importante destacar que Hershel acredita que os zumbis são pessoas doentes e não “mortos que retornaram à vida”, pensamento bem diferente daquele nutrido pelo grupo de Rick. Isso significa que o pai de Maggie é totalmente contra a morte dessas criaturas. Acho que deu para perceber que as divergências são maiores do que as convergências.

A revelação de que Lori (Sarah Wayne Callies) está grávida torna os embates entre Rick e Shane cada vez mais constantes. Desde a descoberta, ela tenta esconder ao máximo a gravidez e chega até a cogitar um aborto. Ter uma criança em um mundo como aquele realmente não é algo fácil de ser assimilado. Se você quer saber quem é o pai biológico do bebê, nem mesmo Lori tem essa resposta. Com tanta tragédia acontecendo, essa informação se torna completamente irrelevante. Quem não percebe isso é Shane, que sempre que tem a oportunidade exalta suas atitudes no período em que Rick foi dado como morto, além de insinuar que seu antigo companheiro de trabalho não era capaz de garantir a proteção da esposa e do filho. Definitivamente, Shane é o personagem mais irritante desse segundo ano.

Considerações finais
A segunda temporada de The Walking Dead inicia aprofundando a sua carga dramática ao colocar duas crianças em situações extremamente delicadas. Isso logicamente mexe com o grupo e, de certa forma, faz com que eles se tornem mais unidos. A única exceção é Shane, que não faz questão de esconder que tem pontos de vista diferentes daqueles defendidos por Rick.

Ao longo dos treze episódios, vemos como a vida se tornou difícil nesse novo mundo, onde não existem regras de convívio. Alguns episódios da atração são pura tensão, mas a grande maioria tem uma progressão de enredo mais lenta. Isso até é compreensível, já que vários rostos novos foram adicionados à história. Também é perceptível que houve um maior desenvolvimento dos personagens, sendo possível conhecer melhor os valores de cada um. No geral, apesar de evoluir em alguns pontos e pecar em outros, a atração consegue manter o mesmo nível visto na temporada de estreia.

Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo

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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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