Análise da série F1: Dirigir para Viver (2ª temporada)
É inegável que a série F1: Dirigir para Viver (em inglês, Formula 1: Drive to Survive) nos deu um novo olhar sobre a categoria de esporte a motor mais popular do mundo. A segunda temporada começa destacando algumas das mudanças ocorridas no ano de 2019, como a ida de Daniel Ricardo para a Renault. O australiano não teve um bom começo de temporada e enfrentou algumas dificuldades para conseguir boas colocações no meio do pelotão, mas ao menos tem o seu assento garantido no próximo ano. Por outro lado, seu companheiro, Nico Hülkenberg, está com contrato se encerrando e sabe que esse pode ser o seu último ano na F1.
Em um esporte tão caro como esse, as equipes menores geralmente são as que mais sofrem. A Haas vinha de uma crescente nos anos anteriores e tinha a expectativa de mais uma vez surpreender e continuar progredindo. O carro até apresentou um bom ritmo de corrida na primeira etapa do campeonato, mas nas provas seguintes o time estadunidense não conseguiu acompanhar a evolução de seus concorrentes. Com os resultados insatisfatórios, a Rich Energy, nova patrocinadora da Haas, decide romper o contrato. A série mostra a frustração de Günther Steiner e como esse clima ruim acaba interferindo na motivação dos pilotos.
Pior do que a Haas é a situação da Williams, que já não vivia uma boa fase. A escuderia inglesa lidou com dificuldades antes mesmo do campeonato começar: dois dias da pré-temporada foram perdidos porque eles ainda não tinham todas as peças necessárias para montar o carro. Com uma nova dupla de pilotos, Claire Williams acredita que eles estão no caminho para voltar a ser competitivos, mas os resultados nas pistas mostram que ainda há um longo caminho pela frente. Enquanto isso, o talentoso George Russell tenta aproveitar cada momento na F1, mesmo disputando corridas solitárias no final do grid.
Ao contrário da temporada passada, desta vez Mercedes e Ferrari decidiram participar da série da Netflix, o que é ótimo para o público. O quarto episódio mostra que até mesmo os pilotos e as equipes de ponta cometem erros, e cada segundo perdido pode significar muito. O capítulo também destaca a forma de trabalho de Toto Wolff e a importância que Nick Lauda teve para a Mercedes, além do seu papel determinante em convencer Lewis Hamilton a trocar a McLaren pela Mercedes. Apenas para relembrar, quando o piloto inglês decidiu fazer a mudança, as flechas de prata eram apenas um time mediano.
A Fórmula 1 é um ambiente com grande pressão por resultados, principalmente se você está em uma equipe de destaque e tem um companheiro que é acima da média. Com a saída de Ricardo, Pierre Gasly foi promovido da Toro Rosso para a Red Bull e passou a correr ao lado de Max Verstappen. As expectativas sobre o jovem francês eram altas, mas como ele não conseguiu conquistar bons resultados, isso motivou uma mudança no meio do campeonato: Gasly retornou a Toro Rosso e Alexander Albon se tornou o companheiro de Verstappen. Em três capítulos, a série detalha como os dois pilotos encararam essa situação.
Depois de ter terminado o campeonato em segundo lugar em 2018, Sebastian Vettel tinha expectativas de novamente poder brigar pelo título. O que ele não esperava é que o seu novo companheiro de equipe mostraria dentro das pistas que é alguém extremamente veloz, conseguindo alguns resultados impressionantes, como a vitória em Monza. Sendo o segundo piloto mais novo da história da Ferrari, Charles Leclerc se vê muito animado a poder brigar por pódios pela primeira vez na Fórmula 1. Estando em estágios diferentes em suas carreiras, ambos tentam provar o seu melhor naquela que é a equipe mais tradicional da categoria.
Considerações finais
Com vários pilotos mudando de equipes, 2019 foi um ano de adaptações para muitos deles. Enquanto alguns conseguiram rapidamente entender o carro que estavam guiando, outros precisaram de um tempo maior. Acontece que esse é um esporte extremamente competitivo, somente vinte têm a chance de estar lá. Os atletas precisam provar todo dia que merecem permanecer onde estão, e essa talvez seja a parte mais legal de Dirigir para Viver. Levando-se em conta que tudo pode acontecer nas corridas, fatos improváveis, como o pódio de Gasly com a Toro Rosso, depois de tudo o que ele passou, dão um gosto único para a F1.
É muito bom ver Mercedes e Ferrari participando, afinal, o público também quer conhecer os bastidores dessas duas grandes escuderias, mas os capítulos focados nesses dois times deixaram um pouco a desejar. A McLaren tem uma presença tímida na segunda temporada, com apenas Sainz ganhando destaque, enquanto Alfa Romeo e Racing Point sequer apareceram. Os pontos fortes ficam por conta dos episódios focados na Red Bull e na Renault. De qualquer forma, a série segue nos proporcionando uma ótima oportunidade de acompanhar o que acontece fora das pistas.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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