Análise da série Game of Thrones (3ª temporada)

Atenção! O texto a seguir contém spoilers da segunda temporada de Game of Thrones.

A primeira grande ofensiva para tentar tirar Joffrey (Jack Gleeson) do poder até contava com muitos guerreiros, mas ações de Tyrion (Peter Dinklage) acabaram com grande parte da frota de Stannis Baratheon (Stephen Dillane), que foi completamente pega de surpresa com a utilização do líquido inflamável. A derrota do irmão de Robert (Mark Addy) se consolidou quando Tywin (Charles Dance) chegou à capital de Westeros com o seu exército e eliminou qualquer tipo de ameaça que ainda restava em terra. Esse breve conflito revelou que Joffrey não é tão valente quando as coisas estão desfavoráveis para o seu lado e mostrou até onde Cersei (Lena Headey) é capaz de ir para tentar “proteger” aqueles que estão próximos dela.

Após a Batalha da Água Negra ficou evidente que Tyrion não recebia o devido reconhecimento da Casa Lannister por seus atos. Durante o período em que estava se recuperando de um grande corte no rosto, o anão sequer recebeu a visita de seu pai, que assumiu o posto de conselheiro do rei. Além de não atender a grande maioria das reivindicações de Tyrion, Tywin humilha o seu filho e o culpa pela morte de sua esposa. Como também não é muito querido por Cersei, Tyrion muitas das vezes toma atitudes para desafiar a sua família e mostrar que ele também merece respeito. Enquanto isso, Stannis (Stephen Dillane) está digerindo a derrota e traçando novos planos com a misteriosa Melisandre (Carice van Houten).

As promessas de casamento não cumpridas geram importantes desdobramentos no terceiro ano de Game of Thrones. Como Joffrey deixou Sansa (Sophie Turner) de lado para se casar com Margaery (Natalie Dormer), uma união entre os Lannisters e os Tyrells começa a ser construída. Nesse ponto, é curioso observar a relação próxima que Margaery constrói com Sansa, o que a faz descobrir as atrocidades que Joffrey é capaz de fazer. Levando-se em conta que nem isso fez com que ela e sua família desistissem do matrimônio, fico me perguntando quais são as reais intenções dos Tyrells. No outro lado da trama, o fato de Robb Stark (Richard Madden) decidir não mais se casar com uma das filhas de Walder Frey (David Bradley) representa um de seus maiores erros. A quebra do acordo, que foi firmado durante a segunda temporada, desencadeia os chocantes eventos que são retratados no nono episódio.

Enquanto isso, uma série de outros fatos acontecem simultaneamente e alguns personagens enfrentam momentos delicados, como é o caso de Theon Greyjoy (Alfie Allen), que é capturado e torturado por uma pessoa misteriosa. Além da Muralha, Jon Snow (Kit Harington) precisa lidar com algumas questões morais para conseguir ganhar a confiança de Mance Rayder (Ciaran Hinds) e dos Selvagens, ao mesmo tempo que ensaia desenvolver algo mais profundo com Ygritte (Rose Leslie). Já Brienne (Gwendoline Christie) encara alguns problemas na estrada ao tentar escoltar Jaime (Nikolaj Coster-Waldau) com segurança até Porto Real. Jaime, em um momento específico da narrativa, faz uso de sua influência para evitar que Brienne sofresse qualquer tipo de violência. Ao chegar no fim da temporada, você provavelmente terá uma outra visão do regicida. Quem também lida com desafios é Arya (Maisie Williams), que tenta reencontrar seus familiares após ter conseguido fugir de Harrenhal, mas durante esse processo é capturada por um rosto familiar.

Do outro lado do Mar Estreito, Daenerys (Emilia Clarke) segue com os seus planos ambiciosos e agora tem como meta adquirir um exército de escravos chamados de Imaculados. As negociações não são muito amistosas, mas ela usa da esperteza para fechar o negócio e deixa bem claro que não aceitaria que as pessoas fossem submetidas a qualquer tipo de exploração. No seu primeiro ato como “proprietária”, ela liberta todos das correntes e permite que cada um decida o que fariam dali em diante. As ações da mãe dos dragões parecem inspirar os Imaculados e todos permanecem ao seu lado. Mesmo já tendo um número enorme de aliados, Daenerys vai além e se mostra disposta a acabar com outros tipos de injustiças existentes na região, tornando o seu nome cada vez mais forte e respeitado pelos povos.

A ameaça dos Caminhantes Brancos parece estar se tornando cada vez maior, mas isso não impede Tarly (John Bradley) de agir para impedir que Gilly (Hannah Murray), uma das mulheres de Craster (Robert Pugh), e seu filho recém-nascido fossem atacados. Vale lembrar que na temporada passada, quando ainda estava grávida, Gilly já havia pedido ajuda a Tarly. Outra parte muito interessante da história é o arco de Bran (Isaac Hempstead Wright): fugindo junto com Rickon (Art Parkinson), Osha (Natalia Tena) e Hodor (Kristian Nairn), o quarteto se depara com os irmãos Jojen (Thomas Sangster) e Meera (Ellie Kendrick), que passam a acompanhá-los na jornada. O curioso nisso tudo é que Jojen tem compartilhado os mesmos sonhos estranhos de Bran com o corvo de três olhos e demonstra ter conhecimento do que estava acontecendo com o filho de Ned Stark. Entre idas e vindas, Bran quase se encontra com Jon, mas ele parece ter um propósito maior.

Considerações finais
O terceiro ano de Game of Thrones é marcado pelo desenvolvimento dos principais personagens, o que torna as várias linhas narrativas cada vez mais interessantes. Mesmo com a fragmentação no enredo, é legal ver as pequenas conexões que são criadas entre os vários arcos da produção, o que colabora para a construção do rico universo da série. A ideia aqui parece ser preparar o terreno para os acontecimentos que virão adiante, o que provavelmente justifica o ritmo lento de alguns capítulos. Embora muita coisa ainda esteja indefinida, a atração consegue nos surpreender com frequência e nos deixa curiosos em tentar entender os seus vários mistérios, como é o caso dos Caminhantes Brancos, do Senhor da Luz e os enigmáticos sonhos de Bran com o corvo de três olhos.

Os momentos de ação estão menos presentes e o maior destaque, nesse aspecto, é o impactante nono episódio, que deixa bem claro que atos praticados no passado podem desencadear consequências avassaladoras. Com os dragões de Daenerys cada vez maiores, a equipe de efeitos especiais novamente entrega um ótimo trabalho. A terceira temporada de Game of Thrones também impressiona pela ambientação, figurinos, fotografia e o belíssimo trabalho desempenhado pelo elenco.

Nota
★★★★★ – 5 – Excelente

➜ Você pode ler análises de outras séries clicando aqui.

Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
Deixe seu comentário ›