Análise do filme O Chamado

Regravação do longa-metragem japonês Ringu (1998) e baseado no romance homônimo de Koji Suzuki, O Chamado (The Ring, no original) se tornou um dos clássicos filmes de suspense e terror do início do século XXI. Após o sucesso e a popularização da figura de Samara (Daveigh Chase), uma onda de refilmagens de obras orientais começou a tomar conta da indústria de Hollywood, mas a verdade é que a grande maioria infelizmente deixou a desejar.

A história começa quando a jornalista Rachel Keller (Naomi Watts) decide investigar a misteriosa morte de sua sobrinha, Katie Embry (Amber Tamblyn). Segundo os médicos, a jovem foi vítima de uma parada cardíaca, mas Rachel logo descobre que o falecimento de Katie tem relação com um vídeo amaldiçoado que está gravado em uma fita VHS.


A princípio, a fita parece conter apenas algumas imagens desconexas e sem sentido, mas o pior acontece quando o vídeo acaba e o telefone toca logo na sequência. Ao atendê-lo, uma voz feminina diz apenas “sete dias”. Essa breve mensagem é um aviso de morte: quem assistiu a fita irá falecer no prazo mencionado na chamada telefônica. É desta forma que a maldição se espalha entre todos que tiveram contato com o vídeo.
Percebendo que isso pode gerar uma boa pauta para uma matéria, Rachel resolve ir atrás da fita. Totalmente destemida, a repórter assiste o conteúdo do VHS e segundos depois o inevitável acontece, o seu telefone toca e ela recebe a ligação amaldiçoada. Logicamente a jornalista fica muito preocupada e começa a buscar informações para tentar desvendar a história da misteriosa criança que aparece nas filmagens. Ela chega até mesmo a recrutar seu ex-marido, Noah Clay (Martin Handerson), para ajudá-la.

Para piorar ainda mais a situação de Rachel, seu filho, Aidan Keller (David Dorfman), começa a ter constantes insônias e em uma dessas noites também assiste a fita. Diante desses acontecimentos, a jornalista começa uma corrida contra o tempo para tentar salvar a sua vida e a do seu filho. Junto com a protagonista, vamos aos poucos descobrindo a origem da fita, o porquê das pessoas morrerem sete dias após assisti-la e se existe alguma forma de quebrar a maldição que foi iniciada.

É interessante observar que a produção não utiliza cenas de violência explícita para tentar impressionar o espectador, o foco está na criação de um clima de suspense e na incerteza do que acontecerá na sequência. Para construir essa atmosfera, o diretor Gore Verbinski faz um bom uso das tomadas de cena, edição, iluminação e trilha sonora.

Considerações finais
O Chamado não é aquele tipo de filme que foi criado com o único intuito de causar sustos, por trás de tudo existe a história de uma maldição que é bem explorada. A adoção de um tom investigativo aumenta a tensão da trama, fazendo com que os mistérios em torno da enigmática Samara sejam revelados aos poucos. Enquanto tentam descobrir o que está acontecendo, os personagens encaram coisas estranhas acontecendo ao seu redor.

Os tons frios da fotografia e a excelente trilha sonora de Hans Zimmer contribuem muito para a criação do suspense. A boa atuação dos atores e a ótima direção são outros fatores importantes para a entrega de uma experiência positiva. Falar em remakes geralmente é algo complicado, mas O Chamado é um bom exemplo de que quando as coisas são bem feitas o produto final pode sim ser proveitoso.

Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo

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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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