Análise do jogo Alan Wake

Alan Wake sempre teve uma mente fértil para escrever seus livros, mas depois de um sonho estranho ele passou a conviver com um bloqueio criativo. Para tentar contornar esse problema, o escritor aceita a sugestão feita por Alice, sua esposa, e resolve tirar alguns dias de férias em Bright Falls, uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos. Com a folga, Alice tinha esperanças de que Alan voltasse a ter inspirações para escrever seus best-sellers de suspense.

No começo do jogo, Alan tem um pesadelo e é inserido dentro de uma de suas criações, sendo obrigado a travar uma batalha contra a escuridão. Como estavam chegando em Bright Falls, Alice acorda o marido ao perceber que ele estava tendo um sonho ruim. Logo que saem da balsa, ela vai abastecer o carro, enquanto o escritor fica encarregado de pegar a chave da casa em que eles iam passar os próximos dias. Em uma cafeteria, após ser surpreendido por uma fã histérica, Alan recebe de uma mulher, com roupas e véu preto, as chaves e a localização de um chalé. Assim que os dois partem em direção ao local, um homem sai do estabelecimento gritando e segurando a chave da casa em que eles realmente deveriam ficar. Já era tarde demais… Os dias tranquilos esperados pelo casal se tornam verdadeiros tormentos.

Depois de explorar o local e conseguir fazer o gerador funcionar, Alan tem uma discussão com sua esposa e acaba deixando-a sozinha na residência. No instante em que as luzes do chalé se apagam e gritos começam a vir da casa, ele imediatamente retorna para ver o que estava acontecendo. Percebendo que o corpo de Alice estava dentro de um lago, Alan realiza um mergulho para tentar salvá-la. Na cena seguinte, vemos o escritor acordar dentro de um carro, no meio da escuridão: ele havia perdido parte da memória e se lembrava apenas que algo horrível havia acontecido com Alice. Quando chega na cidade, o protagonista fica ainda mais confuso ao tomar conhecimento de certos fatos.

Com perspectiva em terceira pessoa, na aventura assumimos o controle do famoso autor, que traz consigo uma lanterna e um revólver. Pelos cenários, estão espalhados munição e bateria, dois recursos essenciais para a progressão. A lanterna será útil para destruir os pássaros que voam na nossa direção e acabar com a escuridão que envolve os possuídos que tentam nos matar. Atirar nos oponentes que estão cobertos pela massa negra não causará nenhum tipo de dano, antes é preciso destruí-la. No fim das contas, a combinação da lanterna com a arma de fogo funciona muito bem. Existem alguns momentos em que gerenciar os dois objetos pode causar um certo desespero, mas considero isso um ponto positivo do game.

A bizarra e enigmática história de Alan Wake é dividida em seis capítulos, sendo bastante similar a uma série de TV. A intenção da Remedy era exatamente essa, já que com exceção do primeiro episódio, todos os demais contam com um resumo do que aconteceu anteriormente. Durante os capítulos, o jogador se deparará com páginas de um romance intitulado “Departure”, programas de rádio em que os habitantes de Bright Falls comentam acontecimentos recentes da região e um misterioso programa de TV chamado “Night Springs”.

Algo interessante no título é a forma com que ele lida com a passagem do tempo. Se durante o dia o jogador tem tranquilidade e calma para explorar o ambiente em busca de respostas, à noite tudo fica mais intenso e Alan se torna vulnerável; o protagonista só estará seguro nos locais em que houver luz, oportunidade em que poderá recuperar sua vida. Como os itens coletados em um episódio não são transferidos para o outro, toda vez que se deparar com recursos não pense duas vezes em pegá-los, eles serão muito úteis, principalmente após o pôr do sol.

O jogo conta com alguns colecionáveis, como os já mencionados programas de rádio e TV e as páginas do livro. Também existem garrafas térmicas e pirâmides de latas espalhadas pelo ambiente, uma clara tentativa de aumentar a vida útil do game, mas é uma pena que estes dois coletáveis não acrescentam nada na narrativa. O gráfico é bonito, pecando apenas na animação facial dos personagens. A movimentação de Alan às vezes parece ser um pouco travada, mas não chega a interferir na experiência final. Durante a jogatina, somos presenteados com uma belíssima trilha sonora.

Desenvolvido pela Remedy Entertainment, Alan Wake foi lançado para Xbox 360 em 2010, tendo chegado ao Windows dois anos depois. Esta análise foi feita com base na versão do Xbox 360.

Considerações finais
Após ficar cinco anos em desenvolvimento, Alan Wake certamente é um dos jogos mais marcantes da sétima geração de consoles. Contando uma intrigante e complexa história no formato de série de TV, o jogo da Remedy também brilha ao apresentar uma atmosfera envolvente, boa jogabilidade e uma trilha sonora espetacular. Os efeitos de som e luz são muito bons e a parte gráfica peca apenas nas animações faciais.

O desfecho é surpreendente, mas não é conclusivo, o que indica que o estúdio claramente tinha a intenção de criar uma sequência. Fica a expectativa para que algum dia o game ganhe uma continuação e um ponto final seja colocado nessa narrativa instigante. Alan Wake é um grande jogo de suspense psicológico que vale a pena ser conferido!

Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo

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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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