Análise do jogo Life is Strange

Herbert Viana30 de julho de 2016

Life is Strange é um jogo de aventura desenvolvido pela Dontnod Entertainment e publicado pela Square Enix em 2015. Contando com cinco episódios, o jogador controla Max Caulfield, uma garota introvertida de 18 anos que está de volta à Arcadia Bay, sua cidade natal, para estudar fotografia na Academia Blackwell. Max possui o poder de voltar no tempo, impedindo que certos fatos aconteçam. Logicamente mexer com as linhas temporais traz consequências devastadoras que acabam não sendo sentidas a curto prazo.

Tudo começa quando Max sai da sala de aula e presencia uma menina de cabelo azul levar um tiro no banheiro. É nesse momento que Max descobre que tem o poder de voltar no tempo. Retornando para a sala, Max percebe que está assistindo a mesma aula que ela viu minutos antes do crime acontecer. Com isso, a protagonista decide tentar impedir a ocorrência do fato que ela presenciou. Posteriormente, Max descobre que a garota de cabelo azul era a sua melhor amiga de infância, Chloe Price. Se apresentando agora como uma adolescente rebelde e revoltada, Chloe estava muito diferente da última vez que Max a viu.

Depois de conversarem, Max resolve ajudar Chloe a desvendar o mistério envolvendo o desaparecimento da estudante Rachel Amber. Rachel se tornou a pessoa mais próxima de Chloe depois que Max se mudou de Arcadia Bay para Seattle, o que fez com que elas perdessem contato uma com a outra. Ao começarem a investigar o que aconteceu com Rachel, Max e Chloe vão se meter em bastante confusão e, vira e mexe, Max terá que usar seus poderes para tentar contornar as situações.

Como o foco principal é a narrativa, a jogabilidade do game é bem simples: ande pelo cenário, tire fotos e interaja com objetos e pessoas. As fotos são os colecionáveis do jogo, em cada capítulo você deve registrar certas imagens para completar o álbum de Max. A história vai se desenvolvendo aos poucos, como é típico desse estilo de jogo, e exige muita leitura do jogador. Acessando o diário de Max, é possível ler “resumos” sobre os acontecimentos cotidianos, o que acaba enriquecendo ainda mais a trama.

Life is Strange é um jogo em que suas escolhas interferem na história, o diferencial é que podemos voltar e rever/alterar a opção que acabamos de escolher. O legal é que nunca sabemos qual é a escolha correta a ser tomada, já que ambas geram consequências imediatas. Existem também escolhas que produzirão efeitos apenas no futuro.

A história de Max e Chloe se entrelaça com a dos personagens secundários, momentos em que assuntos mais sérios, como bullying, depressão e uso de drogas, são abordados. Todos os personagens secundários são muito bem trabalhados, tendo cada um suas características e personalidades próprias.

O game não se propõe a apresentar um alto grau de realismo gráfico, tendo o visual suas próprias características. O resultado é uma arte muito bonita e agradável de se ver. Life is Strange ainda conta com uma trilha sonora espetacular, o que proporciona uma experiência ainda mais agradável.

Esta análise foi feita com base na versão do Xbox One. O game da Dontnod Entertainment também está disponível para PC, Xbox 360, PlayStation 3 e PlayStation 4.

Considerações finais
Life is Strange é um daqueles games que você acaba criando um forte vínculo com os personagens, graças a sinceridade e a simplicidade de cada um deles. A direção de arte e a trilha sonora são responsáveis por tornar a jogatina ainda mais prazerosa e interessante. Apesar de alguns momentos envolvendo os jovens da Academia Blackwell parecerem um pouco clichês, o game proporciona uma aventura muito mais profunda do que isso.

Possuindo um ritmo lento, a história é muito bem contada, abordando temas importantes e relevantes enfrentados pela nossa sociedade. Apresentando jogabilidade extremamente simples, Life is Strange é super indicado para jogadores que gostam de uma boa história e não se importam em perder tempo lendo linhas e linhas de diálogo.

Nota
★★★★★ – 5 – Excelente