Análise do documentário Atari: Game Over
Na final dos anos 1970 e começo da década de 1980, a Atari era a empresa mais popular do mundo dos games. Com um console bem aceito no mercado e lucros anuais na casa dos milhões de dólares, ninguém imaginava que a empresa fosse responsável por quase matar os consoles de vídeo games.
Atari: Game Over conta a história de ascensão e queda da Atari. A escavação arqueológica no aterro sanitário de Alamogordo, Novo México, EUA, em busca de cartuchos enterrados de jogo ET é apenas o chamativo para o documentário. Os relatos de grandes nomes da indústria dos games, como Nolan Bushnell, Manny Gerard e Seamus Blackley é que fazem o documentário brilhar – a partir dos seus depoimentos, descobrimos detalhes preciosos sobre como era o dia a dia, descontraído, na Atari.
Depois do lançamento do filme E.T. – O Extraterrestre, a Atari resolveu investir cerca de US$ 22 milhões para fazer um jogo baseado na produção dirigida por Steven Spielberg. Howard Scott Warshaw, responsável por Yars’ Revenge (jogo mais vendido do Atari 2600) e outros jogos de sucesso, foi o encarregado do projeto. Warshaw não queria fazer um clone de Pac-Man, mas sim criar um jogo inovador. O único problema era o tempo para trabalhar no novo projeto: Warshaw teria apenas cinco semanas para fazer o jogo, já que o mesmo deveria ser lançado no Natal de 1982.
O documentário mostra o enorme peso que se criou em cima de ET: ele não era o pior jogo feito para o 2600, nem mesmo foi o responsável pela “morte” da Atari, mas por diversos motivos acabou tendo o seu nome marcado de forma negativa na história dos games. Pela primeira vez se vê uma abordagem humanitária de toda essa história: pessoas talentosas como Howard Scott tiveram o seu futuro comprometido devido às arriscadas estratégias adotadas pela Atari. ET poderia ter sido apenas mais um jogo qualquer…
Considerações finais
Em pouco mais de uma hora, é possível ver o processo de pesquisa e escavação dos cartuchos no aterro sanitário, intercalado com depoimentos de pessoas que desempenharam papeis importantes na história da Atari. O documentário não tem o papel de defender o game, mas sim mostrar como as coisas realmente aconteceram.
No fim das contas, a lenda urbana é finalmente desmitificada: os cartuchos realmente estavam lá, mas a história não corresponde exatamente com aquilo que propagou por décadas. Atari: Game Over é uma boa pedida para quem deseja conhecer os bastidores por trás de um dos eventos mais emblemáticos de toda a indústria dos vídeo games.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo