Análise da série Suits (8ª temporada)

Atenção! O texto a seguir contém spoilers da sétima temporada de Suits.

As saídas de Mike (Patrick J. Adams) e Rachel (Meghan Markle) certamente foram uma grande perda para Suits. Sem dois dos seus principais personagens, a série precisou seguir novos caminhos e o começo da oitava temporada serve como um reinício para a produção. Com a chegada de Robert Zane (Wendell Pierce) à Specter Litt, que agora se chama Zane Specter Litt, o drama jurídico ganha novas caras e subtramas.

Logo no princípio, vemos uma pequena disputa entre Harvey (Gabriel Macht) e Robert para ver quem ficaria no comando do escritório de advocacia. Depois de uma conversa com Donna (Sarah Rafferty), Harvey acaba cedendo e permite que o pai de Rachel assuma o cargo de sócio administrador. A forma com que tudo foi resolvido deixa Louis (Rick Hoffman) chateado, já que ele sequer foi consultado sobre a mudança. Como Harvey prometeu a Alex (Dulé Hill) que ele seria o próximo sócio nominal do escritório, compromisso que Robert também havia feito com Samantha Wheeler (Katherine Heigl), os conflitos internos na firma continuam.

Samantha, braço direito de Robert Zane, é praticamente uma versão feminina de Harvey. Ela é o tipo de pessoa que não se deixa abater facilmente, sendo capaz de tomar atitudes extremas para conseguir uma vitória no tribunal. Em seus primeiros dias na empresa, a advogada não se dá bem com sua nova equipe, gerando uma grande desconfiança em todos. Diante das promessas feitas, Robert e Harvey firmam um acordo para decidir quem será o próximo sócio nominal do escritório: Samantha e Alex se enfrentarão em um caso real e o vencedor terá o seu nome na parede.

Durante a disputa jurídica, descobrimos como surgiu a parceria entre Robert e Samantha. Ao longo dos capítulos, Suits explora o passado dos dois personagens, revelando que Samantha é órfã e cometeu alguns crimes antes de se tornar advogada. Em determinada ocasião, para ajudá-la, Robert tomou uma decisão que lhe causa arrependimento até hoje, o que justifica em parte as ações que ele toma no final da temporada. Com todo o auxílio que recebeu, Samantha tem uma grande consideração por Zane.

Embora Robert e Harvey tenham feito um trato quanto a situação envolvendo o próximo sócio nominal, o desfecho dessa história não sai como o planejado. Observando essa disputa boba, Donna toma uma atitude para controlar o ambiente interno da firma e propõe à Louis que ele seja o novo sócio administrador. A princípio, Louis demonstra certa insegurança, mas logo percebe que isso era a coisa certa a se fazer. Em uma pequena reunião, Harvey e Robert acabam concordando, apesar de terem dúvidas quanto à capacidade de Louis para o cargo. A primeira atitude tomada por Louis é tornar Samantha e Alex, simultaneamente, sócios nominais do escritório, colocando um ponto final nessa história, formando uma frente unida e permitindo que eles foquem em outros problemas. Mesmo enfrentando dificuldades no início, Louis se sai melhor do que o esperado em seu novo cargo.

O oitavo ano também é marcado pelo envolvimento entre Katrina Bennett (Amanda Schull) e Brian Altman (Jake Epstein). Promovida ao cargo de sócia sênior, Katrina convida Brian para ser seu associado. Quando Zane chegou ao escritório, Brian estava na lista de associados menos eficientes e seria demitido, mas Louis não permitiu que ele fosse dispensado. Katrina e Brian então passam a trabalhar juntos, momento em que desenvolvem sentimentos um pelo outro. Acontece que ele é casado e se tornou pai recentemente, o que acaba gerando alguns desdobramentos interessantes.

Scott (Abigail Spencer), Daniel Hardman (David Costabile) e Sean Cahill (Neal McDonough), antigos personagens secundários de Suits, voltam a fazer pequenas participações na série, algo que já virou uma espécie de tradição. Um fato marcante da temporada acontece quando Louis consegue convencer Harvey a ir junto com ele à uma sessão de terapia com o Dr. Lipschitz (Ray Proscia). Louis também ajuda Lipschitz em um processo que pode comprometer o seu futuro profissional. Por fim, vemos Donna se envolver mais uma vez em uma situação delicada, provocando consequências imediatas na narrativa.

Considerações finais
Não é fácil seguir em frente quando se perde, de uma vez, dois de seus principais nomes. A oitava temporada de Suits é um recomeço para a série, tanto é que, em seus oito anos, esta foi a primeira vez que o drama jurídico teve a sua abertura alterada. Uma das principais mudanças implementadas na atração foi dar maior espaço a outros personagens, o que contribuiu para o desenvolvimento de Samantha, Alex e Katrina. Os flashbacks continuam marcando presença, explorando o passado dos protagonistas e justificando as ações por eles tomadas no presente, algo já corriqueiro na série. Ao contrário do que a maioria pensou, as ausências de Mike e Rachel não foram tão sentidas.

O principal ponto negativo da temporada é o conteúdo dos episódios, e não o papel desempenhado por seus personagens. No geral, a série apresentou capítulos que transitam entre os níveis mediano e bom. Os grandes destaques são os episódios 10 e 16, quando Suits mostra o potencial que já teve em anos anteriores. Assim como na sétima temporada, aqui não temos capítulos intensos (com exceção dos dois citados anteriormente) e casos jurídicos empolgantes; a série acaba navegando em sua zona de conforto, apostando no básico, o que compromete o oitavo ano como um todo.

Nota
★★★☆☆ – 3 – Bom

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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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