Análise da minissérie La Mante
La Mante (no Brasil, A Louva-a-deus) é uma minissérie policial criada por Alice Chegaray-Breugnot, Grégoire Demaison, Nicolas Jean e Laurent Vivier. Composta por seis capítulos, a produção foi originalmente exibida pelo canal francês TF1, em 2017.
Jeanne Deber (Carole Bouquet), popularmente conhecida como a “louva-a-deus”, é uma assassina em série que vitimou oito pessoas na França. Vinte e cinco anos depois de sua prisão, uma série de crimes começa novamente a assustar a população. O que chama a atenção da polícia e da mídia é o fato das vítimas serem mortas da mesma forma que Jeanne agiu no passado. Mesmo presa, teria ela alguma relação com os novos homicídios?
Para tentar entender tudo o que está acontecendo, a polícia procura Jeanne, que só está disposta a ajudar a rastrear seu imitador se Damien Carrot (Fred Testot) for o seu único interlocutor. Filho de Jeanne, Damien sempre evitou ter qualquer tipo de contato com sua genitora após ela ter sido presa. Ele não aceita o fato da mãe ter cometido todos aqueles atos ao invés de querer ficar com ele. Para que Damien pudesse ter uma vida normal, Jeanne pediu que os documentos pessoais de seu filho fossem alterados. Com isso, todos acreditam que a mãe do policial foi morta em um acidente aéreo. A modificação dos registros civis, no entanto, não impediu que Damien desenvolvesse problemas psicológicos.
Para que ninguém suspeitasse da relação existente entre Jeanne e Damien, um arriscado plano é colocado em prática: retirada da prisão de segurança máxima, Jeanne é levada até uma cela improvisada em um antigo casarão isolado, onde estará sendo monitorada por apenas um guarda. Justificando a saída de Jeanne da penitenciária, a informação “oficial” é que a “louva-a-deus” foi internada após uma tentativa de suicídio.
O espaço que o recém-chegado Damien ganha no caso do imitador acaba incomodando Szofia (Élodie Navarre), que estava prestes a receber uma promoção e esperava comandar as investigações. Damien consegue rapidamente chegar a certas deduções (graças as análises feitas por Jeanne após ver as fotos das vítimas do seu imitador), surpreendendo toda equipe de investigadores e aumentando ainda mais a desconfiança de Szofia. Como uma pessoa inexperiente em casos de homicídios estava se saindo tão bem?
Lucie (Manon Azem), esposa de Damien, aceita bem a transferência de cargo do marido na polícia. O que a intriga é o comportamento estranho que o esposo tem sempre que o assunto é a sua progenitora. Sendo obrigado a reviver todo o seu passado no serviço, Damien acaba chamando por sua mãe durante um pesadelo. Ao presenciar isso, Lucie acredita que o marido está escondendo algo dela e compartilha esses fatos com sua amiga Virginie (Frédérique Bel), que também é sua companheira de serviço em um ateliê. Juntas, elas tentarão desvendar os mistérios envolvendo o passado de Damien.
Dois pequenos detalhes me incomodaram o pouco. Se você não quiser nenhum tipo de spoiler, pare de ler este parágrafo e pule para as considerações finais. No terceiro episódio, Jeanne consegue fazer uma espécie de calmante/neutralizador natural. Colocando os resíduos dentro de uma capsula de remédio, ela finge sofrer um acidente. Quando o policial que estava com ela inicia a respiração boca-a-boca, Jeanne cospe o comprimido na boca dele, desacordando-o imediatamente. Tudo ocorre em uma fração de segundos que não daria nem tempo do agente ter engolido a capsula. Outro fato que quero mencionar é como uma pessoa que estava presa há 25 anos consegue lidar tão bem com telefones touch screen? Sim, eu sei que são pequenos detalhes.
Considerações finais
La Mante possui uma história intrigante, com muitos mistérios e algumas reviravoltas ao longo dos seus seis episódios. Conforme a narrativa da minissérie progride, entendemos porque Jeanne cometeu todos aqueles crimes. Certo ou não, ela não matava as pessoas simplesmente por prazer, havia uma motivação maior por trás de suas ações.
Além dos pequenos problemas que mencionei anteriormente, La Mante também conta com algumas atuações um pouco forçadas, como é o caso do personagem Damien nos seus momentos de surto. Já quando Jeanne está em cena, temos sempre ótimos momentos. Mesmo sendo um pouco arrastada nos primeiros episódios, o final da atração acaba compensando. Não é a melhor produção policial que você encontrará para assistir, mas ainda assim é uma boa minissérie.
Nota
★★★☆☆ – 3 – Bom