Análise da série Irmandade (1ª temporada)
A história da série começa quando Cristina (Naruna Costa) decide sacrificar o seu próprio emprego para tentar salvar a vida de seu irmão. Para contextualizar, Cristina trabalha no Ministério Público e não vê Edson desde que ele foi preso. Ao tomar conhecimento que ele estava sendo torturado na prisão, Cristina pede para sua chefe averiguar a situação. Com a negativa, ela decide falsificar a assinatura da promotora e vai até a penitenciária comunicar o “pedido” do Ministério Público para realizar uma inspeção no local e instaurar uma sindicância.
Como já era de se imaginar, a atitude de Cristina é descoberta e ela acaba sendo presa por estelionato, falsificação ideológica e falsificação de documento público. Tomando conhecimento do que havia acontecido, Andrade (Danilo Grangheia), um investigador da polícia que está disposto a colocar um fim na facção criminosa, resolve fazer uma proposta para Cristina: ela poderia permanecer em liberdade se o ajudasse a acabar com a Irmandade. Para alguém que sempre teve uma vida correta, se infiltrar no meio de uma organização criminosa para ajudar a derrubá-la é um grande desafio, e Cristina decide encará-lo.
Sabendo da sua formação em Direito, Andrade sugere que ela se torne advogada da facção. O principal papel de Cristina na operação será descobrir o paradeiro de Carniça (Pedro Wagneras), que fugiu da prisão há um ano. Segundo o próprio Andrade, Edson e Carniça recentemente passaram a ter alguns desentendimentos, o que indica que ele pode estar por perto. Para colocar o plano em prática, ela vai até o presídio visitar o irmão e consegue se tornar uma das advogadas da Irmandade. Seu primeiro trabalho é colocar Ivan (Lee Tayloras) e Formiga (Leonardo Fernandes) em liberdade.
Outra personagem com grande poder dentro da facção é Darlene (Hermila Guedes), mulher de Edson. Darlene é quem foi atrás de Cristina para informá-la que o irmão estava sendo torturado. Ela constantemente visita Edson na prisão e é a responsável por fazer a comunicação direta entre o chefe e a organização. Quando os planos da Irmandade começam a ser descobertos pela polícia, surge a suspeita de que havia um informante entre eles. Nesse momento, ter o apoio e a confiança de Darlene será essencial para Cristina conseguir sobreviver naquele ambiente.
Considerações finais
Criada e dirigida por Pedro Morelli, Irmandade é a prova que o Brasil consegue fazer séries de alto padrão. Com um enredo interessante, direção bem executada e uma boa performance dos atores, a produção nacional da Netflix é digna de elogios. A atração é composta por oito capítulos, dos quais os quatro primeiros servem como uma espécie de introdução e explicação da narrativa, enquanto os demais guardam os melhores momentos.
Além de retratar alguns dos problemas enfrentados nas penitenciárias brasileiras na década de 1990, Irmandade apresenta uma excelente contextualização de época, que vai desde os cenários até os mínimos detalhes. Com músicas dos Racionais MC’s dominando os episódios, fatos marcantes do ano de 1994, como a morte de Ayrton Senna, a progressão do Brasil na Copa do Mundo e as ações de Fernando Henrique Cardoso como Ministro da Fazenda, também são abordados na história.
O ponto central da série está nas ações que Cristina precisa tomar. Sem fazer qualquer tipo de juízo de valor, é perceptível que a personagem acabou entrando em um beco sem saída. Ingênua e inexperiente, as situações que ela encara provocam uma grande transformação no seu comportamento, talvez até um pouco rápida demais. O final deixa um gancho para uma eventual segunda temporada, resta agora aguardar a sequência.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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