Análise da série Lost (4ª temporada)

Atenção! O texto a seguir contém spoilers da terceira temporada de Lost.

No final da terceira temporada, fomos surpreendidos com um flashforward mostrando imagens de Jack (Matthew Fox) após ele ter deixado a ilha. Fazendo uso de medicamentos, as cenas indicavam que o personagem não estava em seu estado normal. Ao se encontrar com Kate (Evangeline Lilly) perto de um aeroporto, o médico diz que eles não deveriam ter saído da ilha e conta o que ele estava fazendo para tentar voltar ao local. No começo do quarto ano, vemos como estão a vida dos seis sobreviventes do voo 815 da Oceanic depois deles terem sido resgatados. Sim, a princípio é algo bem confuso, mas as coisas ficam mais claras até o final da temporada.

Voltando ao presente, as pessoas na ilha conseguem fazer contato com a suposta equipe de resgate. A mensagem deixada por Charlie (Dominic Monaghan) a Desmond (Henry Ian Cusick) levanta muitas questões e gera opiniões divergentes, dando origem a dois grupos: os que querem ser resgatados, liderados por Jack, e os que preferem permanecer onde estão, comandados por Locke (Terry O’Quinn). Com um helicóptero sobrevoando a ilha e pessoas descendo no local, os dois grupos vão atrás de respostas. O que aqueles indivíduos estariam fazendo ali?

A misteriosa equipe que chegou à ilha é formada pelo físico Daniel (Jeremy Davies), o médium Miles (Ken Leung), a antropóloga Charlotte (Rebecca Mader) e o piloto Frank (Jeff Fahey). Naomi (Marsha Thomason), que morreu em decorrência de uma facada desferida por Locke, também fazia parte do time. Flashbacks revelam que todos haviam sido contratados por Charles Widmore (Alan Dale), que possui algum interesse no local. Charles foi o responsável por forjar o acidente do voo 815 da Oceanic, colocando no fundo do mar um avião cheio de cadáveres. Como a aeronave estava em uma área muito profunda, não havia como os corpos dos supostos passageiros serem resgatados. Por algum motivo, ele não queria que os sobreviventes fossem encontrados pelas autoridades.

Não demora muito para descobrirmos o que de fato aquelas pessoas queriam: elas não estavam lá para resgatar os sobreviventes, o objetivo era encontrar Ben (Michael Emerson) e levá-lo vivo até Widmore. Os homens contratados por Charles até enganam Jack e seus companheiros, retirando Sayid (Naveen Andrews) e Desmond da ilha e levando-os até um navio cargueiro, onde o restante da equipe estava, mas logo eles são forçados a revelar a verdade. No outro grupo, Ben vai além e afirma que se ele for capturado, todos os que estão na ilha serão mortos. Com desconfianças dos dois lados, os sobreviventes encontram-se em uma encruzilhada.

Antes de chegar ao navio, Desmond começa a ter flashs do passado, mais precisamente do ano 1996, quando ainda era um oficial do exército. O personagem parece ter perdido a memória e não reconhece Sayid. Logo percebemos que ele se perdeu no tempo: em 1996, Desmond tem visões do que aconteceria em 2004, enquanto no presente (2004), ele passa a ter flashs do passado. Desmond só consegue reencontrar-se graças a sua forte ligação com Penny (Sonya Walger), a sua constante. Por sinal, “The Constant” é, sem dúvidas, um dos melhores episódios de Lost.

Diante de todos esses acontecimentos, questões são levantadas sobre a localização da ilha; ao que tudo indica, só é possível chegar e sair da região seguindo uma coordenada geográfica específica. O tempo no local também é relativo e parece não coincidir com o restante do mundo. Isso fica claro no terceiro episódio, quando Daniel recebe um foguete lançado do navio 31 minutos depois do esperado, momento em que o físico detecta a existência de uma diferença de tempo. Mais para frente, o cadáver de um membro do navio cargueiro é levado pela correnteza até a praia, enquanto a pessoa ainda estava viva na embarcação. Como se todos esses mistérios já não bastassem, o episódio final se mostra ainda mais surpreendente e intrigante.

Considerações finais
Por conta da greve dos roteiristas nos Estados Unidos, a quarta temporada de Lost contou apenas com quatorze episódios. Essa redução fez bem para a série, principalmente no momento em que a atração criada por Jeffrey Lieber, J. J. Abrams e Damon Lindelof parece querer seguir novos rumos. Como as coisas acontecem de uma forma muito mais rápida, a quarta temporada acaba sendo mais intensa do que as anteriores. De cara, o sistema de flashback foi substituído por flashforwards, embora ainda tenhamos algumas cenas do passado no decorrer dos episódios. A mudança é interessante e cria no espectador uma vontade muito grande em querer saber como as coisas vão acontecer até chegar nas cenas que são mostradas a cada novo episódio.

O grande foco do quarto ano está na disputa entre Charles Widmore e Benjamin Linus e os mistérios envolvendo a ilha em que o avião da Oceanic Airlines caiu. Como Widmore enviou vários homens para tentar localizar a ilha, temos a adição de novos personagens, que ao contrário de Paulo (Rodrigo Santoro) e Nikki (Kiele Sanchez), são bem introduzidos na trama e dão uma renovada na série. Assim como nas temporadas anteriores, a reta final é bem empolgante e cheia de mistérios. O fato é que muitas questões precisarão ser explicadas na quinta temporada.

Nota
★★★★★ – 5 – Excelente

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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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