Análise da série Lost (5ª temporada)
A quarta temporada de Lost terminou com dois grandes acontecimentos. No primeiro deles, Ben (Michael Emerson) colocou em prática o seu plano para mover a ilha e manter Widmore (Alan Dale) longe do local. Já no segundo, descobrimos como Jack (Matthew Fox), Kate (Evangeline Lilly), Sayid (Naveen Andrews), Sun (Kim Yoon-jin), Hurley (Jorge Garcia) e o pequeno Aaron foram resgatados e considerados os únicos sobreviventes do voo 815 da Oceanic. Obviamente muitos questionamentos seriam feitos, mas eles tinham uma ideia bem clara: não falar nada para a imprensa e as autoridades sobre as pessoas que permaneceram na ilha.
A ação tomada por Ben causa um caos na ilha, deixando o tempo no local completamente descontrolado e fazendo com que as pessoas começam a fazer viagens temporais. John Locke (Terry O’Quinn), por exemplo, presencia a queda do avião dos traficantes de drogas, a mesma aeronave que eles encontraram enquanto exploravam o local durante a segunda temporada. Apesar da complexidade da situação, Daniel (Jeremy Davies) tenta explicar o que estava acontecendo.
Caminhando pela floresta, Locke encontra Richard (Nestor Carbonell) e recebe dele uma bússola. Richard diz que Locke deve lhe entregar o objeto em uma outra linha temporal e que o único jeito de salvar a ilha é trazer de volta os sobreviventes que foram resgatados. A prática de tal ato, no entanto, teria uma consequência: isso causaria a morte de John, o que explica o fato dele estar dentro de um caixão no final da temporada passada. Com a ajuda de Charlotte (Rebecca Mader), Lock encontra uma forma de deixar a ilha. No exato momento em que gira a grande roda, a mesma que foi utilizada por Ben, John consegue sair do local e estabiliza o tempo na região, mas nem tudo fica como o esperado: Sawyer (Josh Holloway), Juliet (Elizabeth Mitchell), Jin (Daniel Dae Kim) e Miles (Ken Leung) ficam presos no ano de 1977.
Fora da ilha e utilizando uma nova identidade, John vai atrás de cada um dos sobreviventes para tentar convencê-los a voltar, mas acaba não obtendo sucesso. Paralelo a isto, a série retrata como está a vida dos personagens que deixaram a ilha. Embora tenha sido “banido” (quando girou a roda), ao encontrar com Jack na funerária, Ben começa a traçar um plano para que todos possam retornar à ilha. Os dois então iniciam uma corrida contra o tempo para reunir todos os sobreviventes. Nesse exato momento, Lost é ambientada três anos depois que os seis da Oceanic foram resgatados.
Da mesma forma que foram parar na ilha pela primeira vez, o retorno também é feito durante um voo. Eloise (Fionnula Flanagan), a mãe de Daniel, consegue determinar a localização da ilha e diz como eles devem agir. Seguindo os conselhos, Jack, Kate, Sayid, Sun, Hurley, Ben e Locke (no caixão) embarcam, em Los Angeles, no voo 316 da Ajira Airways, com destino a Guam. Apesar de Hurley ter comprado o restante dos assentos, algumas pessoas também conseguem embarcar – elas provavelmente haviam adquirido suas passagens antes. O piloto da aeronave é Frank (Jeff Fahey), o mesmo do helicóptero.
Quando o avião atravessa a janela de entrada da ilha, uma grande turbulência acontece e, misteriosamente, Jack, Kate, Sayid e Hurley são teletransportados para o ano de 1977, após um clarão de luz. Ao reencontrarem Jim, eles descobrem que houve uma grande mudança com seus companheiros, que tiveram que recomeçar suas vidas e agora trabalham para a Iniciativa Dharma. Em 2007, Frank consegue fazer uma aterrissagem forçada na Ilha Hidra e salva a vida de todos os que permaneceram a bordo no avião, com exceção do copiloto, que foi morto por um galho de árvore. O trabalho para restabelecer o tempo não será algo simples…
Considerações finais
Nas temporadas anteriores, Lost abusou de flashbacks e flashforwards para contar sua história. Desta vez, o elemento explorado com maior frequência são as viagens no tempo: os dois pontos centrais da narrativa estão separados por trinta anos, com parte dos personagens estando em 1977, enquanto o restante vive em 2007. É bem legal ver como os eventos do passado estão diretamente ligados com o presente e com aquilo que os personagens já presenciaram no local. É uma reinvenção interessante para uma trama que, mesmo sendo envolvente, começa a apresentar desgastes.
Embora ainda existam muitas questões para ser respondidas, a quinta temporada consegue explicar algumas coisas, como os mistérios relacionados à Iniciativa Dharma e o passado de Rousseau (Melissa Farman). Apresentando elementos sobrenaturais desde sua estreia (vide o monstro), com a quinta temporada fica claro que Lost é uma série de ficção científica. Mesmo com episódios um pouco arrastados, trata-se de uma boa temporada. Como já é de costume, temos mais um bom desfecho, desta vez com uma grande incógnita: pela primeira vez a escrita final com nome da série teve a sua paleta de cores invertida. O que será que isso quer dizer?
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