Análise do jogo Minecraft Dungeons
Quase cinco anos depois do lançamento de Minecraft: Story Mode, jogo de cubos mais famoso do mundo ganhou o seu segundo derivado. Minecraft Dungeons leva a IP de sobrevivência e mundo aberto da Mojang Studios para o gênero dungeon crawler, modalidade de jogo que se tornou muito popular depois do lançamento da franquia Diablo.
Apresentando uma experiência inédita para o universo de Minecraft, percebemos as diferenças logo quando iniciamos o jogo: a câmera deixa de ser em primeira/terceira pessoa e entrega uma visão isométrica. Na história, o jogador faz parte de um time de heróis que combate o temido Arce-Illager, uma criatura que foi rejeitada por todos do mundo Minecraft. Ao conseguir grandes poderes através de um orbe mágico, Illager fez todos se curvarem perante ele e seu exército, causando grandes destruições na região. A narrativa é bem simples e serve basicamente para estabelecer objetivos para jogador atingir durante a aventura.
Seguindo a tendência da história, a jogabilidade também não é complexa, mas leva algum tempo para que os comandos sejam dominados por completo. De forma geral, nós batemos, rolamos e eventualmente usamos algum poder ou armas de longo alcance. Como muitas vezes os ambientes estão lotados de inimigos, parar e pensar em uma estratégia para progredir é a melhor opção. Embora não apresente muitas fases, elas são bem diferentes entre si, além de conter vários locais secretos, loots e criaturas.
Podendo ser finalizado em menos de quatro horas, o jogo oferece como fator replay com novos níveis de dificuldade, aumentando os desafios para o jogador. Vários locais, que antes pareciam vazios, podem trazer algo de especial em dificuldades mais elevadas, como inimigos ou recompensas. Terminar uma fase várias vezes pode lhe render recompensas, como novos itens e habilidades. Temos também um modo cooperativo local e online para até quatro jogadores, o que torna a experiência com o game ainda mais divertida.
O título conta com fatores que mudam significativamente a jogabilidade. Cada arma tem suas propriedades particulares e existem ainda armas com poderes especiais; enquanto uma pode ser muito forte e lenta, outra pode ser ótima para um ataque em área. Durante os confrontos também é possível utilizar uma série de habilidades mágicas, como invocar um cachorro para atacar o inimigo ou poderes envolvendo raios e flechas explosivas. A possibilidade de moldar seu gameplay cai como uma luva, tendo em vista que não há uma árvore de habilidades nem um sistema de classes. Os itens e habilidades podem ser obtidos durantes as missões, sendo também sendo possível comprá-los no lobby com as esmeraldas obtidos aleatoriamente em batalhas.
A sensação que tive enquanto jogava Dungeons é que o jogo poderia entregar mais – não me refiro a fases ou itens, mas sim em termos exploração e chefes. Embora em cada fase haja vários lugares secretos, os cenários poderiam ser maiores e mais abrangentes. Quanto aos chefes, em vários momentos o jogador se depara com Gollens de Redstone e Invocadores em uma quantidade bem maior do que o ideal. Fico com a impressão de que faltou tempo para desenvolverem mais criaturas e, por isso, acabaram optando por repetir as que já estavam prontas. Mesmo assim, existem batalhas de chefe memoráveis e que apresentam um grau de dificuldade mais elevado, exigindo maior raciocínio do jogador.
Construções e outros elementos do jogo base acabaram ficando de fora, mas o estilo gráfico é muito fiel ao do game original, sendo em muitos momentos até mesmo mais bonito. Sobre a trilha sonora, ela não tem grande destaque durante a jogatina, mesmo havendo variações nos diferentes ambientes. Nas grandes batalhas, o nível da trilha se eleva um pouco, funcionando bem com a ação do momento. Com exceção da música da batalha final, nenhuma das faixas é realmente marcante.
A decisão de fazer um jogo bem diferente de Minecraft não foi ruim, talvez se contasse com mais elementos do game original, Dungeons poderia acabar se perdendo. Mesmo que a saudade de alguns elementos que fizeram de Minecraft um sucesso acabe batendo durante a jogatina, o game ainda mantém muito da essência do jogo base, trazendo várias das criaturas e efeitos sonoros de seu antecessor, conseguindo ser ao mesmo tempo diferente e semelhante a Minecraft.
Desenvolvido pela Mojang Studios e Double Eleven e publicado pelo Xbox Game Studios, Minecraft Dungeons está disponível para o PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e Windows. Esta análise foi feita com base na versão do Xbox One.
Considerações finais
A proposta de Minecraft Dungeons não é ser um jogo complexo, mas sim surpreender o jogador com uma experiência positiva, e isso o game consegue fazer muito bem. Navegando por novos mares, o título é ótima porta de entrada para novatos no gênero dungeon crawler e deve agradar principalmente os fãs de Minecraft. Com a ausências de classes ou árvores de habilidades, o jogador tem ampla liberdade de escolher quais equipamentos irá utilizar apenas com base nas descrições apresentadas. Se procura algo mais elaborado, este definitivamente não é um jogo para você.
A história do jogo é completamente superficial e está ali apenas como um pano de fundo para justificar os objetivos. A falta de diversidade de inimigos em alguns momentos pode incomodar, mas isso acaba sendo amenizado pelas excelentes mecânicas. Visualmente muito bonito, o game cumpre o seu objetivo de entregar diversão para o jogador, principalmente se for jogado em modo cooperativo. Em suma, Dungeons mostra games de outros gêneros também podem se encaixar no universo de Minecraft.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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