Análise da série Prison Break (1ª temporada)

O que você faria se o seu irmão fosse injustamente condenado à pena de morte e a data da sua execução estivesse muito próxima: buscaria uma forma de tentar encontrar novas provas para inocentá-lo ou tentaria algo mais ousado? É nesse dilema que se encontra o engenheiro Michael Scofield (Wentworth Miller), que inicia uma corrida contra o tempo para tentar salvar a vida de Lincoln Burrows (Dominic Purcell). O diferencial é que Michael tem uma mente invejável e já sabe tudo o que precisará fazer. A primeira etapa consiste em estar no mesmo lugar que seu irmão, a Penitenciária de Fox River, em Illinois.

Enquanto trabalhava regularmente, Michael teve a oportunidade de ver todas as plantas do presídio, o que lhe permitiu elaborar um robusto plano. Depois de estudar bem como cada etapa da fuga seria realizada, ele decidiu tomar a inusitada atitude de tatuar tudo no seu corpo, desde os mapas dos prédios até as informações que precisaria no futuro. Simulando um roubo em um banco, Michael é preso se declara culpado no dia do seu julgamento. Agora que está dentro das instalações de Fox River, o protagonista descobrirá que algumas coisas não serão tão simples de serem feitas como ele tinha originalmente idealizado.

Condenado por ter matado o irmão da vice-presidente dos Estados Unidos, Lincoln foi vítima de uma armação organizada por agentes que trabalham para a Companhia, um grupo secreto formado por alianças corporativas de grandes multinacionais. Com o envolvimento de pessoas do alto escalão, Lincoln não teve a menor chance de provar a sua inocência, já que todas as evidências do seu suposto crime foram muito bem fabricadas. O motivo pelo qual Burrows foi escolhido como vítima de tudo isso é revelado no décimo nono episódio, “The Key”, deixando a trama da série ainda mais interessante.

Enquanto Michael tenta ajeitar as coisas dentro da prisão, do lado de fora a advogada Veronica Donovan (Robin Tunney) inicia uma procura por novas provas, objetivando reabrir o caso de Lincoln e impedir a execução da sua pena de morte. A tarefa não será fácil: as provas originais do caso “misteriosamente” ficam inutilizáveis e qualquer tipo de progresso feito é perdido em questão de pouco tempo. Para piorar, as vidas de Veronica e da própria família de Lincoln passam a estar em constante perigo. Paul Kellerman (Paul Adelstein) e Daniel Hale (Danny McCarthy) são os principais responsáveis pelo controle de danos: qualquer ameaça que surge é imediatamente eliminada por eles.

Em Fox River, Michael rapidamente conquista a confiança do diretor da penitenciária, Henry Pope (Stacy Keach), ao ajudá-lo na construção de uma réplica do Taj Mahal. Como a enfermaria era a parte mais frágil do presídio, Scofield estreita os seus laços com a médica responsável pela saúde dos detentos, a Dra. Sara Tancredi (Sarah Wayne Callies). Acontece que Michael e Sara realmente acabam desenvolvendo um grau de afeto muito grande, que só não evolui para algo maior em razão do ambiente em que eles se encontravam. Um detalhe interessante é que Sara é filha do governador do estado e tem um passado marcado pelo uso de drogas.

O maior desafio de Scofield será conseguir convencer os outros detentos a ajudá-lo a colocar em prática o seu plano de fuga, a começar pelo seu companheiro de cela, Fernando Sucre (Amaury Nolasco). Em razão das condições financeiras, John Abruzzi (Peter Stormare) é outra figura importante para que tudo dê certo, mas trazer o mafioso para o seu lado não será algo simples. Outras pessoas acabam tomando conhecimento da fuga e também entram para o time, como o insuportável T-Bag (Robert Knepper) e o ex-soldado Benjamin Miles (Rockmond Dunbar), além de outros nomes. Os detentos, no entanto, não terão tranquilidade para agir, já que o guarda Bellick (Wade Williams) estará constantemente em cima deles, principalmente de Scofield.

Considerações finais
A minha maior preocupação sempre que inicio uma série com mais de vinte episódios por temporada é saber o quão bem os roteiristas saberão lidar com o grande tempo disponível. Criada por Paul Scheuring, Prison Break tem uma premissa extremamente exagerada, mas na prática funciona bem e não se mostra cansativa. Como era de se imaginar, a atração conta com alguns momentos desnecessários, mas no geral a narrativa consegue nos surpreender com certa frequência.

A criação de personagens carismáticos é um ponto importantíssimo, principalmente quando falamos em temporadas mais extensas. A dupla de irmãos consegue cumprir esse papel muito bem, com destaque especial para Michael. Do lado dos antagonistas, temos também ótimos representantes, como Bellick e Kellerman. Menciono ainda o desprezível T-Bag, condenado a prisão perpétua por pedofilia; T-Bag é uma bomba relógio que pode explodir a qualquer momento, colocando constantemente tudo o que foi idealizado em risco. O nível de interpretação dos atores é bom, salvo raras exceções, e a direção da série entrega um trabalho de qualidade. Estou curioso para saber o que o grupo fará depois daquilo que foi retratado no episódio final.

Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo

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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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