Análise da série Legion (1ª temporada)

Ainda muito jovem, David Haller (Dan Stevens) foi diagnosticado com esquizofrenia. Em razão das complicações de sua suposta doença, ao longo de sua vida David percorreu vários hospitais psiquiátricos, mas ninguém foi capaz de determinar o que atormentava o personagem. Na verdade, David não é um ser humano comum, ele possui habilidades especiais e precisa receber um tipo de assistência diferenciada. Caso você não saiba, a atração é ambientada no universo dos X-Men.
Na cena inicial, acompanhamos um breve histórico da vida pregressa de David. O “problema” do protagonista o levou a cometer uma recente tentativa de suicídio, levando-o a ser internado no Hospital Psiquiátrico Clockworks, local onde se encontra no começo da série. Em Clockworks, David é constantemente visto com Lenny (Aubrey Plaza), uma jovem mulher de quem ele parece ser bem próximo. Nesse mesmo hospital, David conhece Sydney (Rachel Keller), uma paciente que não gosta de ser tocada por ninguém. Depois de realizarem uma atividade em conjunto, David pergunta se ela quer ser sua namorada e Sydney acaba aceitando; o fato de não poderem ter contato físico gera algumas cenas engraçadas (embora esse não seja o foco da atração).
A história começa a se desenvolver com maior profundidade quando Sydney está prestes a receber alta hospitalar. Ao ir se despedir de sua namorada, David acaba beijando-a, o que faz com que suas mentes mudem de corpo provisoriamente. Enquanto David, no corpo de Sydney, era levado para fora do hospital por algumas pessoas, Sydney não consegue controlar os poderes do corpo de David e acaba causando uma espécie de explosão no local. No fim de toda essa confusão, David (já com sua mente reestabelecida) é capturado por autoridades do governo, identificadas pela nomenclatura Divisão Três, que passam a questioná-lo sobre o ocorrido no hospital.
Tendo em vista o que aconteceu com David, Sydney decide voltar para resgatá-lo. Com a ajuda de Ptonomy (Jeremie Harris) e Kerry (Amber Midthunder), os mesmos mutantes que buscaram Sydney na porta do hospital, David é levado até Melanie Bird (Jean Smart). Juntos, todos se deslocam até Summerland, um lugar seguro para mutantes. O curioso de toda essa história é que Melanie planejou capturar David no hospital, e não Sydney, mas devido a troca das mentes, todos ficaram confusos. Desta forma, Sydney acabou se juntando aos outros mutantes por uma ironia do destino.
Agora, em Summerland, Melanie e sua equipe – formada pelos mutantes já mencionados e por Cary (Bill Irwin) – tentarão a ajudar David a lidar com seus poderes. Parte desse processo passa por descobrir o exato momento em que a chamada “doença” de David começou se manifestar, o que nos leva a uma jornada inusitada pela mente do protagonista de Legion. O que ninguém esperava é que dentro de sua mente existia um elemento surpresa, que nem mesmo David conseguia controlar.
Os parágrafos que você leu acima são uma síntese organizada do início da narrativa. Noah Hawley, criador da série e também responsável por Fargo, utiliza vários recursos que transmitem para o espectador todo o caos existente dentro da mente de David. Assim como o protagonista, nós não temos noção se aquilo que estamos vendo é real ou não. O altíssimo padrão de qualidade da série transforma a nossa jornada de descobrimento em algo bastante único e agradável. Se a sequência final já despertou muito a minha curiosidade para saber o que acontecerá na segunda temporada, a cena pós crédito do episódio oito me deixou ainda mais empolgado.
Considerações finais
Séries que utilizam imagens não convencionais sempre chamam a minha atenção. Legion encheu os meus olhos com belíssimas transições de cenas e um estilo sonoro um tanto quanto peculiar. O episódio final, em especial, é uma mistura de vários elementos que se encaixam perfeitamente. Outra característica interessante é utilização de elementos tecnológicos do passado com o presente, resultando em uma estética visual peculiar. Além disso, a série do FX conta com efeitos especiais extremamente bem feitos, algo de importantíssimo para uma série protagonizada por mutantes.
A série foge completamente do padrão de outras atrações do gênero e entrega uma narrativa não linear, exigindo maior atenção do espectador. Durante boa parte da temporada, eu tive mais dúvidas do que respostas, mas no fim as coisas acabam fazendo sentido. Se a ideia era tentar transmitir para o espectador todos os problemas enfrentados por David, ela foi cumprida com sucesso. Isso foi possível graças a excelente direção e ao trabalho primoroso dos atores. A escolha das músicas que compõem a trilha sonora também me agradou bastante. A sensação final foi de ter descoberto uma excelente produção audiovisual.
Nota
★★★★★ – 5 – Excelente
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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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