Análise da série The Mandalorian (2ª temporada)
Depois de uma primeira temporada que explorou o que há de melhor no universo de Star Wars, The Mandalorian voltou para seu segundo ano mais forte do que nunca, agora com uma produção ainda maior e com uma grande confiança por parte de seus realizadores. A trama inicia-se logo após o fim da primeira temporada e mostra que a equipe aprendeu com as pequenas falhas cometidas no ano de estreia.
A base da narrativa de The Mandalorian é a mesma, continuamos seguindo a jornada de Din Djarin (Pedro Pascal), que ainda luta para manter a criança em segurança. O que realmente mudou é que o protagonista sabe exatamente qual rumo tomar: seu objetivo é levar sua criança até um Jedi (algo que já estava claro desde o começo da história). Se na primeira temporada nunca sabíamos qual seria o próximo destino de Djarin, agora, ao menos, temos uma maior noção daquilo que ele almeja alcançar.
Comumente chamado de Mando, o protagonista vai se envolvendo cada vez mais no grande universo de Star Wars, cruzando com figuras conhecidas da franquia. Embora os novos rumos tenham deixado a série mais próxima do universo da franquia, The Mandalorian continua agradável para os novatos, o que tem relação direta com o fato de Mando desconhecer completamente as histórias retratadas nos filmes – o que coloca o personagem e os iniciantes na saga em uma posição parecida, onde todas as explicações que ele recebe servem também de guia para esse público específico.
É claro que a experiência definitiva de The Mandalorian vem para aqueles que já viram tudo da franquia, mas ter contato com a série sem conhecer os eventos de Star Wars ou assisti-la seguindo a ordem cronológica também geram boas experiências. Agora que The Mandalorian se consagrou como um sucesso, a Disney resolveu utilizar também a série para corrigir alguns problemas dos filmes. Muitas das informações que ficaram jogadas na última trilogia do cinema estão sendo desenvolvidas aqui, ou seja, a além de aprofundar o universo da franquia, a série também está suavizando os problemas vistos nos filmes mais recentes.
Um das poucas falhas apresentadas na primeira temporada foram os episódios de enchimento, que não avançavam muito a trama geral da série. Esse tipo de conteúdo está muito menos presente e os criadores ainda melhoraram os episódios mais fracos da temporada anterior, aproveitando mais os personagens que foram neles introduzidos e que pouco tinham contribuído para a história. Até existem um ou outro episódio de enchimento por aqui, mas eles estão muito mais bem feitos e efetivamente são relevantes para a história.
Como história da série está muito mais interligada com o universo geral de Star Wars, vários personagens da franquia dão as caras por aqui, mas o que realmente surpreende é que todos são muito bem trabalhados e funcionam perfeitamente no seriado. Seria interessante ver novos derivados focados nesses nomes, fazendo com que esses personagens não sejam ofuscados e nem tirarem o brilho do nosso principal Mandaloriano. Ainda assim, The Mandalorian tem sua estética e tramas próprias e continua isolada no meio de muitas coisas da franquia.
A atração segue sendo o que há de melhor em Star Wars. Os idealizadores sabem que a essência dessa franquia está na diversão, em uma boa aventura e em personagens carismático, então é exatamente isso que eles se propuseram a fazer com o seriado. Os produtores respeitam tudo do universo da saga, sem tentar fingir que algo específico não existe. Todas as trilogias tem conceitos explorados em The Mandalorian, sendo que a trilogia clássica e das sequels são as mais influentes, já que o seriado se passa entre as duas.
A estética da série continua naquele estilo de faroeste que já estamos acostumados, o que a torna até um pouco mais violenta que muitos filmes da saga. O estilo mais western só muda quando estamos acompanhando algum personagem que não vive em uma realidade tão próxima do velho oeste como o protagonista. Para os que gostam de filmes desse gênero, cheios de viagens pelo país, The Mandalorian é altamente indicado, sendo uma versão intergaláctica desse estilo de produção. A série nos leva a diferentes planetas e todos têm uma essência única, parecendo existir de verdade.
Os efeitos especiais seguem a excelência do que já vimos na primeira temporada, mas agora estão muito mais presentes, uma clara consequência do imenso sucesso da série, que deve ter recebido um orçamento maior para a produção da segunda temporada. Na trilha sonora, temos músicas que começam muito bem, mas no meio da série vão se tornando um pouquinho repetitivas, até receber boas adições mais para o final, assumindo uma qualidade no nível dos filmes.
A presença dos vários efeitos práticos também segue presente, mantendo The Mandalorian muito próxima da trilogia clássica de Star Wars, mesmo sendo ambientada anos depois do seu término. São vários os efeitos feitos de forma próxima a que George Lucas realizava nos anos 80, o que deixa o seriado com ainda mais cara de Guerra nas Estrelas. É um verdadeiro deleite para os fãs antigos.
Considerações finais:
The Mandalorian é o melhor de Star Wars! A série do Disney+ aprimora tudo da primeira temporada e simplesmente não tem defeitos que pesem de forma significativa. A atração apresenta os melhores personagens da franquia, desde a trilogia clássica, e eleva o padrão de investimento das séries de TV para outro nível, criando um novo patamar de qualidade para as atrações produzidas para serviços de streaming.
A série é gostosa de assistir e usa muito bem cada minuto dos episódios, nunca decepcionando o espectador. Seu enredo, apesar de muito simples, é completamente perfeito e bem desenvolvido, tendo um foco muito maior no objetivo principal do protagonista do que o ano anterior, o que nos engaja ainda mais. No geral, é um grande faroeste espacial, feito com uma qualidade e fidelidade aos filmes do gênero que nem mesmo George Lucas alcançou.
Nota
★★★★★ – 5 – Excelente
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