Análise da série How to Get Away with Murder (6ª temporada)

Atenção! O texto a seguir contém spoilers da quinta temporada de How to Get Away with Murder.
O desaparecimento de Laurel (Karla Souza) e Christopher acaba deixando Annalise (Viola Davis) extremamente abalada. A sexta e última temporada de How to Get Away with Murder inicia mostrando a advogada tentando encontrar uma fuga para todos os seus problemas no álcool. Depois de até mesmo fazer uso de cocaína, Annalise percebe que precisa de ajuda e decide se internar voluntariamente em uma clínica de reabilitação. Utilizando um nome falso, para driblar o conselho de ética da Ordem dos Advogados, ela passa a compreender que precisa começar a pensar mais em si mesma e parar de colocar as outras pessoas em primeiro lugar. Ao aprender uma técnica de auto perdão, Annalise tenta repassar o exercício para seus alunos, de modo que todos possam seguir suas vidas deixando para trás as mentiras e o medo.
Antes mesmo das coisas voltarem ao normal (se é que isso é possível), Asher (Matt McGorry) coloca lenha na fogueira ao revelar algo que Oliver (Conrad Ricamora) havia descoberto: Annalise conhecia o pai biológico de Michaela (Aja Naomi King). Em meio a um misto de emoções, Michaela começa a juntar informações para tentar conhecer o pai. Essa subtrama acaba sendo mais complexa do que parece, gerando alguns desdobramentos interessantes. Outra questão envolvendo família é a presença de Vivian (Marsha Stephanie Blake), mãe de Gabriel (Rome Flynn), na cidade. Disposta a descobrir se Annalise teve algum envolvimento no assassinato de Sam, Vivian será uma pedra no sapato da advogada. Para tentar “controlar” as coisas, Bonnie (Liza Weil) coloca a sua carreira na promotoria em risco.
Continuando sua busca para descobrir quem ordenou o assassinato do seu pai, Nate (Billy Brown) começa a desconfiar que Tegan (Amirah Vann) possa ter algum envolvimento na história. Ele também recebe uma proposta de acordo para encerrar o caso, o que demonstra que o FBI não tem muito interesse em seguir adiante com a investigação. Outro personagem que está atrás de pistas é Frank (Charlie Weber): o desaparecimento repentino de Laurel e Christopher gera preocupações, principalmente pelo histórico da sua família. Mas ao contrário de Nate, a investigação de Frank é mais arriscada e o levará a um encontro não tão agradável com os Castillos.
Michaela, Connor (Jack Falahee) e Asher estão no último ano da faculdade de direito, prestes a se formarem. Em seus momentos finais como universitários, eles, junto com Gabriel, assumem a defesa de alguns casos nos tribunais, sendo supervisionados por Annalise e Tegan. Essa primeira parte da temporada apresenta episódios medianos, nada muito diferente do que já vimos nos anos anteriores da atração. Os principais destaques são os já conhecidos flashforwards, que sempre atiçam a nossa curiosidade em descobrir quem será a vítima de assassinato da temporada.
As coisas começam a mudar de rumo no nono episódio, quando é revelado que alguém repassou para o FBI informações relacionadas às mortes de Sam Keating, Rebecca Sutter, Emily Sinclair, Caleb Hapstall e Ronald Miller. Como se as coisas já não estivessem ruins o suficiente, temos mais uma morte na trama, o que complica ainda mais a situação daqueles que estavam sendo investigados. A partir desse momento, cada um começa a querer tirar o seu corpo fora, principalmente quando descobrem que o FBI está tentando, a todo custo, incriminar Annalise. Como todos já conhecem bem como as coisas funcionam nos tribunais, os acordos de imunidade oferecidos acabam gerando uma série de consequências jurídicas, ao mesmo tempo que os envolvidos refletem sobre suas próprias condutas (bem, na verdade nem todos parecem sentir algum tipo de remorso).
Por fim, gostaria de falar brevemente sobre os flashforwards, que desta vez apresentam características diferentes. Nos anos anteriores, sempre que a série retratava um evento no futuro, havia um indicativo de tempo que nos situava do quão distante estávamos daquele acontecimento. Na sexta temporada, parcela dos fatos que ainda acontecerão não são seguidos por nenhum registro temporal. Não posso dar maiores detalhes sem dar spoilers, mas afirmo que essa escolha faz sentido no encerramento da série. Além disso, nem tudo é o que pensamos ser… Pegando emprestada a frase do Gigante de Twin Peaks, “as corujas não são o que parecem”.
Considerações finais
Ao longo de cinco temporadas, How to Get Away with Murder foi marcada por uma sequência de tragédias, conspirações e manobras jurídicas. No sexto e último ano, a série criada por Peter Nowalk não adota uma abordagem diferente. A atração segue explorando a relação de amor e ódio de Annalise e seus alunos, ao mesmo tempo que cria novas questões e busca finalizar situações inauguradas na temporada passada, como o desaparecimento de Laurel e as mortes do pai de Nate e a do sócio-gerente da Caplan & Gold. Detalhes do passado voltam à tona e os personagens são obrigados a lidar com isso.
Desde que foi apresentada, a temporada final brinca com a morte de Annalise. Dentre todos os pôsteres que a série já teve, o do sexto ano é o único em que a personagem aparece deitada, sendo uma clara referência ao seu falecimento. Logo no primeiro episódio, o flashforward mostra cenas do velório da advogada, mas como já sabemos, nada em How to Get Away with Murder é tão simples como parece. A narrativa, que começa de forma discreta, caminha para um desfecho extremamente surpreendente, retratando com clareza o destino final dos principais personagens. O elenco mais uma vez entrega ótimas atuações, com destaque especial, claro, para a estrela do show: Viola Davis. A direção da série também executa um bom trabalho, principalmente nos momentos de transição do futuro para o presente.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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