Análise do filme Rua do Medo: 1978 – Parte 2

Atenção! O texto a seguir contém spoilers do filme Rua do Medo: 1994 – Parte 1.
O segundo filme da trilogia Rua do Medo (Fear Street, no original) dá continuidade aos mistérios envolvendo a bruxa Sarah Fier e a cidade de Shadyside. Em Rua do Medo: 1994, Josh (Benjamin Flores Jr.) e Deena (Kiana Madeira) descobriram que uma mulher identificada como “C. Berman” sobreviveu ao massacre no Acampamento Nightwing, em 1978. Segundo relatos, ela teria morrido, mas foi ressuscitada e se livrou da maldição. Deena tentou fazer o mesmo com a sua namorada, Sam (Olivia Scott Welch), mas o processo não deu muito certo.
Depois de ter recebido uma ligação de Berman no final do primeiro longa, Deena e seu irmão decidem ir atrás dela na esperança de conseguir alguma ajuda para quebrar a maldição. Ziggy Berman (Gillian Jacobs/Sadie Sink) mora em uma casa com muitas fechaduras nas portas, mas ironicamente as janelas podem ser facilmente arrombadas. Apesar de apresentar uma resistência inicial, Ziggy se comove com a história de Sam e decide colaborar. A partir de então, ela começa a relatar o que aconteceu em 1978, quando passamos a presenciar de perto tudo o que aconteceu.
Era verão, Ziggy e sua irmã mais velha, Cindy (Emily Rudd), estavam participando do Acampamento Nightwing, que contava com a presença de adolescentes de Shadyside e Sunnyvale. Enquanto Cindy exerce um papel de liderança, Ziggy precisa lidar com as brincadeiras de mau gosto dos campistas de Sunnyvale, o que faz a rivalidade entre as duas cidades ser novamente explorada. As coisas começam a ficar estranhas quando a enfermeira Mary Lane (Jordana Spiro) apresenta um comportamento esquisito ao fazer um curativo no braço de Ziggy. Posteriormente, Mary ataca Tommy (McCabe Slye), namorado de Cindy, no refeitório e diz que ele iria morrer naquele dia. Para deixar essa história ainda mais excêntrica, a filha de Lane matou sete pessoas e depois se suicidou. Com esse histórico traumático na família, começam a circular boatos de que Sarah havia possuído Lane, tal como fez com a sua filha anos atrás.
Tentando entender o que havia acontecido, Cindy e Tommy entram na enfermaria para buscar indícios e acabam encontrando o diário de Lane. Instantes depois, os dois são surpreendidos por Alice (Ryan Simpkins) e Arnie (Sam Brooks), que também estavam atrás de respostas. Nesse instante, o enredo começa a ganhar um novo rumo e detalhes sobre uma possível forma de parar a maldição de Sarah Fier são revelados. Seguindo as anotações contidas no diário, o grupo, liderado pela chapada Alice, decide explorar a região, ainda que não saibam bem o que exatamente estavam fazendo e com o que estavam lidando.
Outro personagem que ganha destaque é Nick Goode (Ted Sutherland), um dos monitores do acampamento. Anos depois, Goode viria a se tornar xerife e investigaria a sequência de assassinatos ocorridos em 1994. Percebendo que Ziggy estava sendo alvo de bullying, ele decide ajudá-la a se vingar de uma das garotas que a insultava. Ziggy também comenta com ele os problemas de relacionamento que tem com a irmã, algo que fica evidente desde o começo do filme. Mesmo que Cindy e Ziggy tenham poucas cenas juntas, a relação entre as duas é um dos pontos centrais do longa-metragem. Nick também participa de outros momentos importantes, sobre os quais não farei comentários para não dar spoilers.
Todos esses eventos acontecem antes do massacre começar. Mesmo que saibamos, de forma geral, o que vai acontecer, Rua do Medo: 1978 – Parte 2 (Fear Street Part Two: 1978) ainda é capaz de nos surpreender, graças a boa condução do enredo e o desenvolvimento mais caprichado dos personagens. Embora o elenco seja formado quase que inteiramente por jovens, temos uma abordagem mais madura e com menos cenas de humor. Dirigido e corroteirizado por Leigh Janiak, o filme incorpora uma pegada mais obscura, com cenas em uma floresta deserta e ambientes pouco iluminados. Novamente baseado nos livros de R. L. Stine, a experiência entregue foi superior àquela vista na primeira parte.
Considerações finais
Sendo o segundo filme de uma trilogia, a missão de Rua do Medo: 1978 certamente era aprofundar o universo da franquia, compensando a superficialidade vista no seu predecessor. Explorando de uma melhor forma a história dos personagens e como eles se relacionam, a narrativa tem um ritmo melhor e nos apresenta mais detalhes sobre os mistérios envolvendo a bruxa de Shadyside. Esse conjunto de fatores nos faz criar mais empatia com os personagens, algo que a primeira película deixou a desejar.
A violência nas cenas de morte e a ausência de trilha sonora em alguns momentos transmite para o espectador toda a brutalidade dos assassinatos. O longa basicamente refinou o que não deu muito certo no seu antecessor e continuou àquilo que funcionou bem. Novamente temos homenagens a filmes lançados próximos à época em que a história é ambientada, como Sexta-Feira 13, o que não deixa de ser algo legal de ressaltar. Os clichês conhecidos de obras do gênero estão presentes, mas não comprometem diretamente o resultado final.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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