Análise do filme O Esquadrão Suicida

A estreia da Força-Tarefa X nos cinemas não ocorreu da melhor forma possível: mesmo contando com um elenco de peso, o filme dirigido por David Ayer recebeu uma enxurrada de críticas, mas o bom resultado das bilheterias fez com que a Warner encomendasse uma sequência para Esquadrão Suicida. Com o passar dos anos, o projeto sofreu várias reformulações até chegarmos ao longa que foi lançado em 2021. Roteirizado e dirigido por James Gunn (Guardiões da Galáxia), O Esquadrão Suicida (The Suicide Squad, no original) pode ser considerado um filme independente da equipe de anti-heróis da DC, mesmo que alguns atores estejam reprisando seus papéis. Nas palavras do próprio Gunn, é “uma sequência que não é uma sequência”. Confuso? Levando para o lado dos quadrinhos, pense que se trata de duas fases distintas, cada uma liderada por um escritor.
Na história, a oficial de inteligência Amanda Waller (Viola Davis) reúne duas equipes da Força-Tarefa X, informalmente conhecida como Esquadrão Suicida, para executar uma missão em Corto Maltese, um pequeno país insular próximo à costa da América do Sul. Os times são formados por presos da penitenciária Belle Reve, detentora da maior taxa de mortalidade do sistema carcerário dos Estados Unidos. Como incentivo para embarcar na aventura, os participantes receberiam uma redução de pena. O que eles não sabiam é que um dos grupos seria sacrificado para permitir que o outro chegasse à ilha sem topar com os soldados locais.
O objetivo é se infiltrar na instalação de pesquisa Jotunheim e destruir o que os estadunidenses conhecem como projeto Estrela-do-Mar, que supostamente tem origem extraterrestre. Como Corto Maltese recentemente sofreu um golpe militar, o experimento pode se tornar uma grande ameaça nas mãos dos atuais líderes do país. Para conseguir ter acesso a Jotunheim, o grupo precisará encontrar o Pensador (Peter Capaldi), geneticista responsável pelo projeto. Envolvido com a pesquisa há trinta anos, o cientista passa a ser uma peça central tanto para o governo local quanto para a missão da Força-Tarefa X.
Waller quer que o mercenário Robert DuBois (Idris Elba), também conhecido como Sanguinário, lidere o plano, mas ele demonstra não estar muito interessado em trabalhar para o governo. Preso por ter atirado no Superman com uma bala de kryptonita, o personagem só muda de opinião quando sua filha de dezesseis anos é envolvida na jogada. Com isso, ele passa a atuar ao lado do Pacificador (John Cena), da Caça-Ratos 2 (Daniela Melchior) e o seu rato Sebastian (Dee Bradley Baker), do Tubarão-Rei (Sylvester Stallone) e de Bolinha (David Dastmalchian). Posteriormente, o Coronel Rick Flagg (Joel Kinnaman) e Arlequina (Margot Robbie) também se juntam à equipe.
No processo de execução da missão, o esquadrão recebe o apoio de guerrilheiros que estão tentando derrubar o novo governo. Mesmo que o primeiro contato entre os grupos tenha sido um completo derramamento de sangue, graças às atitudes nada pacíficas do Tubarão-Rei e seus companheiros, as duas forças decidem se unir em prol de algo que atenderia os interesses de ambos os lados. Com o desenrolar da história, descobrimos novos detalhes sobre o macabro experimento científico que existe na ilha e qual é o real interesse dos Estados Unidos nele.
Mesclando bem violência, drama e humor, o longa-metragem aproveita os seus momentos mais calmos para desenvolver os personagens, abordando fatos do passado e explorando as relações que são construídas entre eles. O Sanguinário, por exemplo, tem fobia de ratos, sendo que o poder de um de seus aliados é justamente o controle dos pequenos roedores. Temos também situações interessantes envolvendo o líder do grupo e o Pacificador: como os dois possuem o mesmo tipo de habilidade, um sempre faz questão de mostrar que é melhor do que o outro. A fome e a inteligência pouco avançada do Tubarão-Rei, o Nanaue, faz com que ele reiteradamente se envolva em cenas engraçadas, ao passo que a Caça-Ratos 2 exerce um importante papel para a união da equipe. Não posso deixar de mencionar a implacável Amanda Waller, com seu olhar intimidador, e a marcante Arlequina. Mesmo não tendo uma grande participação na trama principal, a personagem de Margot Robbie rouba a cena sempre que aparece.
Considerações finais
James Gunn começa a construção do filme matando boa parte do elenco logo nos primeiros minutos, rendendo uma coletânea de cenas violentas e nos dando uma pequena amostra do que encontraremos adiante. Apesar do início corrido, o longa consegue desenvolver bem a sua história e cria um grau de profundidade para seus principais personagens. Seria legal ter reservado mais espaço para abordar o que estava acontecendo no país sul-americano e quais são as ideias dos seus atuais líderes; essa parte da narrativa é tão rápida que os personagens nela envolvidos acabam tendo pouca importância.
O Esquadrão Suicida entrega exatamente aquilo que poderíamos esperar da união de indivíduos conhecidos por suas insanidades. Os exageros vistos na tela funcionam muito bem dentro da temática desenvolvida, resultando em momentos incrivelmente divertidos e tornando a experiência final muito agradável. As cenas de violência bem construídas e o fato dos atores terem assimilado a identidade de cada personagem são outros elementos positivos. Se o filme de 2016 está na lista de produções esquecíveis de muitas pessoas, a nova missão da Força-Tarefa X caminha em sentido totalmente oposto. Para tornar a experiência completa, não deixe de conferir a cena pós-crédito.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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