Análise da série The Flight Attendant (2ª temporada)
Atenção! O texto a seguir contém spoilers da primeira temporada de The Flight Attendant.
Cassie (Kaley Cuoco) entrou em uma grande trapalhada ao se envolver com o empresário Alex Sokolov após conhecê-lo em um voo para Bangkok. Miranda (Michelle Gomez), que a princípio pensávamos que era a assassina e estava querendo matar a protagonista, na verdade tinha apenas interesse no dinheiro que havia sido desviado por Alex. Quando descobrem quem era o mandante do homicídio, as duas passam a trabalhar juntas para a própria segurança e tentam encontrar formas de revelar a verdade. Outras surpresas foram o fato de Shane (Griffin Matthews) ser um agente da CIA e estar investigando Megan (Rosie Perez), que estava repassando informações dos Estados Unidos ao governo norte-coreano. Esse inclusive é o arco que deu gancho para a continuação da história, com Cassie sendo convidada por Shane para trabalhar na agência de inteligência.
A segunda temporada começa nos apresentando a nova vida da protagonista: prestes a completar um ano sóbria, ela se mudou para Los Angeles, está namorando um cara chamado Marco (Santiago Cabrera) e agora divide a sua rotina profissional trabalhando como comissária de bordo e informante da CIA. Reportando-se ao agente Benjamin (Mo McRae), Cassie basicamente recebe informações sobre um alvo e deve monitorá-lo sem chamar a atenção. Como bem sabemos, a discrição está longe de ser um dos seus pontos fortes, razão pela qual ela já teve alguns pequenos problemas em suas missões de observação.
Logo no primeiro episódio, Cassie recebe uma nova tarefa: monitorar uma pessoa chamada Will (Kayvon Esmaili) em um hotel em Berlim. Ignorando a instrução para evitar qualquer tipo de interação com o alvo, ela troca algumas palavras com ele no bar do hotel. O que a personagem não percebeu é que os dados do seu celular foram copiados no momento em que esbarrou em um casal. Esse era o primeiro indicativo de que as coisas não iam ficar bem. Mais tarde, quando observava Will pela janela, a protagonista o flagrou tendo um encontro com uma mulher loira, que tinha uma tatuagem nas costas idêntica à sua. Isso, logicamente, não era uma mera coincidência. Para piorar as coisas, instantes depois desses fatos, Will morre em uma explosão após ter entrado em um carro.
Com tudo o que estava acontecendo, Cassie novamente recorre ao seu subconsciente para tentar lidar com essas situações. Desta vez a protagonista troca ideias com versões diferentes de si mesma, o que inclui as suas variantes alcoólatra e adolescente. Retornando aos Estados Unidos, ela compartilha com Annie (Zosia Mamet) e Max (Deniz Akdeniz) detalhes sobre o seu novo emprego e relata os fatos ocorridos na capital da Alemanha. Quando recebe em casa a sua mala, que havia desaparecido no hotel em Berlim, Cassie se depara com pertences que não são seus, como um view-master e uma peruca suja de sangue. Acreditando que alguém está se passando por ela, a personagem oculta grande parte dessa história para os seus superiores hierárquicos e arrisca a própria vida tentando descobrir a verdade, colocando também em perigo pessoas próximas a ela.
Mesmo estando atolada de problemas, Cassie resolve agir ao receber uma mensagem misteriosa de Megan formada apenas por emojis. Acreditando ter conseguido decifrar o que sua amiga queria dizer, ela decide ir até a Islândia para ajudá-la. O detalhe é que Shane, que procurava Megan há mais de um ano, também estava trabalhando no voo com destino ao país europeu, o que obriga a comissária a inventar uma desculpa, já que ele não poderia suspeitar de suas reais intenções. Como era de se esperar, a protagonista não entendeu corretamente o significado da mensagem e novamente se colocou em risco, já que Megan enfrentava uma situação delicada com os norte-coreanos. Recebendo um pedido de socorro de Cassie, Miranda se junta a elas e tenta ajudá-las a sair vivas dessa confusão. Enquanto isso, nos Estados Unidos, Annie e Max são atacados pelo mesmo casal que copiou os dados do celular de Cassie na Alemanha. Com a bola de neve ficando cada vez maior, mais do que nunca a protagonista vai precisar ter controle para lidar com tudo o que está acontecendo ao seu redor.
Além da maior participação de Annie e Max na história, Cassie chega a contar até mesmo com a ajuda de seu irmão para tentar decifrar as fotos do view-master. A série novamente explora o passado da protagonista, abordando os seus traumas de infância e explorando os seus problemas familiares: a cena da personagem junto com sua mãe é um dos momentos mais marcantes da atração. Temos também uma subtrama envolvendo Jenny (Jessie Ennis), uma das colegas de Cassie nos alcoólicos anônimos. Afirmando ser uma apresentadora de podcast, a princípio parecia que Jenny queria apenas gravar um episódio sobre tudo o que aconteceu em Bangkok, mas na reta final da temporada descobrimos quais eram as suas reais intenções. Esse desejo em criar surpresas no público certamente é o maior problema da segunda temporada de The Flight Attendant: temos sim boas reviravoltas, mas algumas escolhas narrativas não ficaram à altura de tudo o que foi desenvolvido.
Considerações finais
Diferente do que eu esperava, The Flight Attendant conseguiu apresentar uma história interessante no seu segundo ano. Acompanhar Cassie lidando com as adversidades é algo divertido, principalmente pelo belo trabalho desempenhado por Kaley Cuoco. A atriz é a estrela do show e consegue transmitir para o público o turbilhão de emoções de sua personagem e o caos sem fim que parece ser a sua vida. A atração também abre um maior espaço para personagens como Annie e Max, mas os arcos de Megan e Shane, que apresentavam temáticas interessantes, infelizmente não tiveram um grande tempo de tela.
A principal falha da segunda temporada é a forma com que a história foi concluída. Sempre que estou acompanhando algo em que se cria algum tipo de complexidade narrativa, fico com a expectativa de que a solução vai estar à altura daquilo que foi previamente construído. Infelizmente isso não acontece com The Flight Attendant, que optou por adotar escolhas simplórias para a conclusão do seu enredo. O que foi trabalhado nos sete primeiros episódios teve pouca importância para o desfecho apresentado no capítulo final. De resto, a série mantém o mesmo padrão de qualidade e consegue nos proporcionar uma boa experiência.
Nota
★★★☆☆ – 3 – Bom
Veja mais sobre The Flight Attendant:
Reviews:
└ Análise da série The Flight Attendant (1ª temporada)
➜ Você pode ler análises de outras séries clicando aqui.