Análise do jogo Shieldmaiden: Remix Edition
A vida da jovem Asta se transformou completamente quando um evento catastrófico, conhecido como Cataclisma, destruiu várias partes do mundo, dentre elas a cidade de Modigard, e deixou sua irmã Roza desaparecida. As únicas lembranças de Roza que permaneceram foram o sistema transmissor que ela utilizava no trabalho e um bracelete antigo que a protagonista havia recebido de presente. Esses dois objetos desempenham um papel fundamental na jornada de Asta, que já está há dois meses realizando buscas pela cidade, mas até agora não obteve sucesso.
Logo no começo do jogo, descobrimos que no transmissor de Roza existe uma inteligência artificial chamada Romir. O primeiro objetivo é chegar até o Terminal Central de Modigard para permitir que Romir se conecte às linhas de metrô da cidade e possa fazer um melhor rastreamento de possíveis indícios do paradeiro de Roza. Já o bracelete possui um escudo que permite a Asta atacar e se defender dos inimigos, além de oferecer outros recursos úteis à exploração.
Conforme vamos avançando, descobrimos novos detalhes da narrativa e acessamos áreas cada vez mais perigosas. O enredo é simples, mas possui os seus mistérios, como o já mencionado desaparecimento de Roza e a presença de alguns corvos que tentam intimidar e desencorajar Asta a seguir adiante. Pelos caminhos encontramos orelhões, que servem como checkpoint quando morremos. Nas fases estão escondidos colecionáveis, que são um bom atrativo para gastar um tempo extra com o game, principalmente se considerarmos o fato de Shieldmaiden ser bem curto.
Visualmente, o título conta com um estilo gráfico pixelado muito bonito e bem feito. Dá para perceber que houve um cuidado por parte dos desenvolvedores na criação de cada detalhe do cenário e dos personagens. A ambientação consegue destacar bem a destruição de Modigard, que fica cada vez mais evidente à medida que nos aproximamos da redoma, onde os efeitos do cataclisma são muito intensos. Assim como a parte visual, a trilha sonora tem uma pegada retrô e apresenta variações de acordo com o que está acontecendo. Compostas por Vinicius Braga e Michel Cardozo, as faixas têm uma pegada eletrônica que me agradou bastante.
Com relação à jogabilidade, os comandos são relativamente simples e de fácil compreensão. Temos opções de ataque a curta e média distância, podemos nos defender com um escudo e também utilizá-lo como uma espécie de prancha de surf. Outro recurso disponível é o dash, possibilitando que a personagem se desloque com mais velocidade e alcance determinadas áreas do cenário. As movimentações são bem fluidas, o que é ótimo para um jogo de plataforma, mas em alguns momentos realizar tarefas aparentemente simples pode ser mais complicado do que parece.
No canto superior esquerdo podemos ver as barras de vida, estamina e a energia do escudo. A barra de vida diminui sempre que levamos algum tipo de dano e é regenerada com itens médicos deixados pelos oponentes mortos. A estamina, que recarrega sozinha, é consumida ao utilizarmos o escudo para defesa ou quando fazemos dash. Sempre que nos defendemos, a barra de energia do bracelete é preenchida aos poucos. No momento em que ela está completa, é possível realizar um ataque especial que atinge, ao mesmo tempo, todos os inimigos que estiverem na tela. Além do alto poder de dano, essa mecânica é muito útil durante as batalhas contra os chefes.
Falando nos chefes, eles certamente são as partes mais legais de Shieldmaiden. De início derrotá-los parece ser algo impossível, mas assim que entendemos o que precisa ser feito os embates se tornam bem mais acessíveis. O segredo é descobrir o momento certo de efetuar o ataque e repetir essa estratégia até conseguir derrotá-los.
Durante a jogatina, houveram três detalhes que me incomodaram um pouco. A fonte utilizada nos diálogos me causou uma certa estranheza em um primeiro contato, foram necessários alguns minutos para me acostumar e conseguir ler as frases sem nenhum tipo de dificuldade. O segundo é o fato de existirem diálogos em momentos em que é complicado prestar atenção, simultaneamente, nos textos e na movimentação da personagem. O último tem relação com o level design: existem buracos nas fases em que não fica claro se ali há alguma outra área para ser explorada ou se trata de uma região que pode causar a morte da protagonista.
Desenvolvido pelo estúdio brasileiro Dumativa, Shieldmaiden foi originalmente lançado em 2020, tendo posteriormente recebido uma atualização gratuita que adicionou novos conteúdos ao título. O jogo está disponível para PC, Xbox One e Nintendo Switch. Esta análise foi feita com base na versão de PC. Uma cópia nos foi fornecida pela Dumativa, a quem manifestamos o nosso agradecimento.
Especificações do computador utilizado para a análise: Ryzen 7 5700X, RTX 3060 12 GB, 32 GB de memória RAM DDR4 3200Mhz.
Considerações finais
Em Shieldmaiden: Remix Edition embarcamos em uma aventura ambientada em um mundo destruído por um misterioso evento. Não nos são fornecidos muitos detalhes sobre o cataclisma, o foco maior está em seguir pistas para tentar localizar Roza. Nesse ponto, gostaria que mais informações sobre a origem do fenômeno nos tivessem sido fornecidas. Os muitos diálogos que Asta mantém com Romir ao longo da aventura são legais de serem acompanhados, graças ao carisma dos dois personagens.
O game conta com um visual muito bonito, ótima trilha sonora e jogabilidade simples, que funciona bem na maior parte da aventura. Não há muitas variações durante a jogatina, na maioria dos momentos estamos lidando com os vários inimigos espalhados pelas fases. Como se trata de um jogo curtinho, podendo ser finalizado em menos de três horas, não tive a sensação de ser algo repetitivo. Olhando para o conjunto da obra, o título da Dumativa consegue nos proporcionar uma boa experiência.
Nota
★★★☆☆ – 3 – Bom
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