Análise do filme Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força

Atenção! O texto a seguir contém spoilers do filme Star Wars: Episódio VI – O Retorno de Jedi.
A história de O Despertar da Força é ambientada 30 anos depois dos eventos de O Retorno de Jedi, quando a Rebelião destruiu a segunda Estrela da Morte e Darth Vader (David Prowse) se sacrificou para eliminar o Imperador Palpatine (Ian McDiarmid). Agora, a galáxia está sob os cuidados da Nova República, uma vez que o Império perdeu a sua maior arma e também o seu Imperador. Acontece que nenhuma paz é eterna e algo novo surge para ameaçar a República. Criada nas sombras por ex-membros imperiais, a Primeira Ordem veio como parte de um plano de contingência deixado pelo Imperador Palpatine, sendo quase um novo Império. 
Em Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força, seguimos Rey (Daisy Ridley), uma jovem sucateira que vive no planeta deserto de Jakku. Rey vê sua vida ser completamente mudada quando conhece Finn (John Boyega), um ex-soldado da Primeira Ordem que caiu em Jakku junto de Poe Dameron (Oscar Isaac), membro de um grupo chamado Resistência, que luta para proteger a República. Com a crescente ameaça à paz na galáxia, a Resistência concentrou-se em encontrar o lendário Luke Skywalker (Mark Hamill), que estava completamente desaparecido. Os membros da Primeira Ordem tinham o mesmo objetivo, dando início a uma grande batalha pela localização do mapa que levaria até o Jedi.
Estruturalmente, o longa-metragem é muito parecido com o Episódio IV: o modelo da aventura que leva ao combate com os vilões é absolutamente idêntico, quase como um remake do filme de 1977. A grande diferença é que agora são os vilões que tentam tomar o poder, mas eles conseguem destruir a Nova República logo no começo do longa, trazendo então a repetição do confronto entre os rebeldes e uma gigantesca organização opressora. Não explorar a guerra fria entre República e golpistas foi uma grande oportunidade perdida, uma vez que isso poderia trazer um tom único para o filme.
Enquanto a trilogia clássica funcionava muito bem sozinha, e ainda teve três filmes prequels para explicar o que levou o Império ao poder, deixando a galáxia no estado que estava no Episódio IV, desta vez simplesmente temos um time-skip de 30 anos e quase não se fala sobre o que houve entre o sexto e o sétimo filme. Em O Retorno de Jedi estamos comemorando o final do Império e nesse já vemos seu ressurgimento completo, não há explicações de como a Primeira Ordem se organizou, detalhes do plano de Palpatine, porque Luke Skywalker sumiu ou o motivo da Nova República ter ficado tão frágil. Todas essas questões foram deixadas de lado e só foram abordadas em The Mandalorian, que foi lançada praticamente quatro anos após a estreia de O Despertar da Força.
Ter um ou outro ponto deixado para os próximos filmes explicarem não é um problema, o detalhe é que aqui existem simplesmente 30 anos de história que não foram contados. Talvez a única coisa que acertaram em não explicar muito foi o vilão Kylo Ren (Adam Driver): embora as suas motivações não sejam aprofundadas, o filho de Leia (Carrie Fisher) e Han Solo (Harrison Ford) tem um desenvolvimento satisfatório, o suficiente para termos uma noção de o que o levou ao lado negro da força.
Um ponto interessante de ser ressaltado é que o filme planta ótimas ideias para serem colhidas e desenvolvidas ao longo da nova trilogia. O arco de Kylo Ren é extremamente instigante, nos deixando interessados em saber como ele irá continuar nos próximos longas. Além de tudo, também temos o mistério sobre quem são os pais de Rey, que é sensitiva à força, o que levanta a hipótese de ela ser descendente de algum personagem conhecido. Na Primeira Ordem, temos o líder supremo Snoke (Andy Serkis), os Cavaleiros de Ren e a Capitã Phasma (Gwendoline Christie), que quase não aparecem, mas conseguem chamar uma certa atenção, nos deixando curiosos para vermos mais deles nas sequências.
Considerações finais
O Despertar da Força entrega uma experiência emocionante para os fãs, já que traz de volta boa parte do elenco original de Star Wars. É um verdadeiro show para os que gostam dessa gigantesca franquia, embora não tenha nada de muito original e deixe coisas demais para serem respondidas pelas suas continuações. Infelizmente, o longa é um refém das suas sequências: isoladamente, é divertido, porém parece um tanto incompleto e corrido. De qualquer forma, o filme conseguiu cumprir bem o seu papel de chamar atenção do público para a nova trilogia.
Contando com um ritmo simplesmente maravilhoso, todos os personagens clássicos são tratados com respeito e reencontrá-los com aquela épica trilha sonora dos filmes originais é algo sensacional. Os novos rostos também não deixam a desejar, Finn e Rey demonstram muito potencial como heróis e a Primeira Ordem, apesar de ter surgido de maneira apressada, junto de Kylo Ren, forma uma grande ameaça, que se fortalece ainda mais graças ao trabalho da trilha sonora que impõem respeito.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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