Microsoft conclui a compra da Activision Blizzard King
Depois de uma longa batalha nos tribunais e em órgãos reguladores, a Microsoft finalmente conseguiu finalizar a aquisição da Activision Blizzard King. Nesta sexta-feira (13), a Autoridade de Competição e Mercado (CMA, na sigla em inglês) do Reino Unido, único obstáculo que ainda existia, deu sinal verde para que a operação fosse finalizada pela empresa cofundada por Bill Gates.
Os maiores entraves para aprovação da compra aconteceram nos EUA e Reino Unido, embora a União Europeia também tenha apresentado certa resistência. Preocupações sobre o caminho que Call of Duty tomaria fez com que a Microsoft assinasse um acordo com Nintendo e Sony garantindo o lançamento dos jogos da franquia nessas plataformas por pelo menos 10 anos. A Microsoft também firmou acordos para levar o conteúdo da Activision para vários serviços de jogos em nuvem pela primeira vez.
Nos Estados Unidos, a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) entrou com um processo em 8 de dezembro de 2022 almejando impedir a Microsoft de concluir a compra da Activision Blizzard, alegando que isso seria prejudicial para a concorrência. Após cinco dias de audiências, o pedido para conceder uma liminar bloqueando temporariamente o negócio foi negado em 11 de julho de 2023. A FTC até recorreu da decisão, mas teve o pedido indeferido em 14 de julho pelo Tribunal de Apelações do Nono Circuito. O órgão regulador dos EUA ainda tenta encontrar meios para rediscutir a operação mesmo após a sua conclusão.
Em meio a disputa judicial nos EUA, no Reino Unido, em 26 de abril de 2023, a CMA bloqueou a compra argumentando que a transação afetaria o futuro do mercado de jogos em nuvem, preocupação que também foi levantada pela Comissão Europeia. No caso da União Europeia, a Microsoft firmou acordos para licenciar por 10 anos os jogos da Activision Blizzard em outros serviços de streaming no Espaço Econômico Europeu, garantindo que eles não ficarão limitados ao Xbox Cloud Gaming. Com isso, a Comissão Europeia aprovou em 15 de maio a aquisição, apresentando um parecer totalmente contrário àquele da CMA.
O caminho no Reino Unido parecia seguir os passos dos EUA: após o bloqueio, a Microsoft estava levando o caso para ser discutido em um Tribunal. Depois que a FTC não obteve sucesso, Microsoft e CMA decidiram, em comum acordo, interromper a batalha judicial para rediscutir a proposta de aquisição. Tal movimento fez a gigante de Redmond firmar um acordo com a Ubisoft, vendendo à companhia francesa os direitos de streaming em nuvem para todos os jogos atuais e novos da Activision Blizzard para PC e console lançados nos próximos 15 anos, exceto no Espaço Econômico Europeu.
“Nós amamos jogos. Jogamos, criamos games e sabemos em primeira mão o quanto eles significam para cada um de nós individualmente e, coletivamente, como uma comunidade. Nesta sexta-feira (13), oficialmente damos as boas-vindas à Activision Blizzard e seus times em Xbox.”, publicou Phil Spencer, CEO da divisão de Games da Microsoft, no Xbox Wire. “Juntos, vamos criar novos mundos e histórias, levar seus jogos favoritos a mais lugares para que mais jogadores possam participar, e vamos interagir e encantar jogadores de maneiras inovadoras nos lugares onde adoram jogar, incluindo dispositivos móveis, streaming na nuvem e muito mais.”.
O anúncio da compra foi originalmente feito pela Microsoft em 18 de janeiro de 2022, negócio foi fechado quase 21 meses depois.