Análise do jogo Marvel’s Spider-Man Remastered
![](https://www.portale7.com.br/wp-content/uploads/2025/02/20250212-marvels-spider-man-remastered.jpg)
Como toda grande metrópole, a cidade de Nova York possui os seus problemas: as gangues tentam conquistar cada vez mais território e os bandidos se espalham pelas ruas, tirando a tranquilidade da população. Quem ajuda a manter as coisas sob controle é um jovem inteligente e extremamente talentoso com as teias. Conciliando a vida pessoal e profissional com os atos de heroísmo, Peter Parker sempre faz o melhor que pode para manter todos seguros, mesmo que os seus gestos não sejam bem vistos por todos. Assumindo a identidade secreta de Spider-Man, Peter não foge dos desafios e coloca sua própria vida em risco em prol da sociedade.
Logo que iniciamos o game, nosso primeiro objetivo é ajudar a polícia a capturar Wilson Fisk, um mafioso que possui várias propriedades e um grande número de capangas. Após a prisão de Fisk, um vácuo de poder toma conta do mundo do crime e um grupo identificado como Demônios começa a invadir várias de suas propriedades, levantando um temor sobre uma possível guerra entre gangues. No começo da história há pouca informação sobre os Demônios, sabemos apenas que eles utilizam máscaras e estão atrás de algo conhecido como Bafo do Diabo.
No dia a dia, Peter está sempre mantendo contato com Mary Jane Watson, Yuri e May Parker. Repórter do Clarim Diário, Mary Jane é ex-namorada do protagonista e está sempre atrás de pautas para novas matérias, mesmo que isso envolva riscos. Yuri é o principal contato do Spider-Man no departamento de polícia e fornece informações importantes sobre os crimes e investigações que estão ocorrendo. Já May, além de ser tia de Peter, é a integrante da família mais próxima que ele possui; May trabalha no F.E.S.T.A., um centro de acolhimento para pessoas sem-teto. Ainda na parte inicial do jogo, conhecemos Miles Morales, um jovem que se aproxima de Peter após vivenciar um trágico evento.
A narrativa de Marvel’s Spider-Man é bem construída e vira e mexe nos surpreende com suas reviravoltas. Os mistérios em torno das ações dos Demônios e a busca por informações para entender do que se trata o Bafo do Diabo nos leva ao encontro de vilões perigosos e de pessoas influentes na cidade. Quem acompanha todos esses eventos de perto e noticia tudo em seu podcast é J. Jonah Jameson, um jornalista que não é muito simpático às ações desempenhadas por Spider-Man. É com esse elenco variado de personagens que a Insomniac Games novamente mostra a sua capacidade de criar enredos cativantes, divertidos e com uma pitada de drama. O que mais me encantou foi ver o desenvolvimento do vínculo de Peter com as pessoas próximas a ele, o que faz o jogador se importar com os personagens que cercam o protagonista.
O jogo tem um ritmo bom e vai aos poucos introduzindo uma vasta quantidade de objetivos secundários, algo que tende a se tornar repetitivo para quem busca os 100% de conclusão. A forma mais fácil de encontrar essas atividades é ativando as torres de vigilância, que revelam os colecionáveis, desafios e missões secundárias nos distritos. Completar essas atividades é importante para ganhar fichas, recurso utilizado na criação de novos trajes e equipamentos. Outra forma de evoluir o personagem é gastar os pontos de experiência ganhos ao subir de nível para desbloquear habilidades, que são subdivididas em três categorias: inovador, defensor e lança-teia. Isso melhora não apenas as opções de combate, mas também o deslocamento.
O mundo aberto de Marvel’s Spider-Man nos convida à exploração. Entre uma missão e outra, vira e mexe eu mudava o meu trajeto para solucionar um crime em andamento ou ir até pontos de interesse que apareciam no mapa. Realizar saltos e sair balançando entre os arranha-céus de Nova York é algo extremamente divertido. Em Sunset Overdrive a Insomniac já havia criado uma boa forma de percorrer a cidade, mas isso é elevado a novos patamares com o uso das teias. É uma mecânica de fácil aprendizagem e que na prática se mostra bastante útil ao longo do gameplay. Além de se aventurar pelos ares, Spider-Man também consegue andar em paredes, o que torna a exploração ainda mais vasta.
Entre socos, arremessos de teias, deslizar por baixo de inimigos com escudo e realizar esquivas, podemos também fazer uso de dispositivos e pegar itens dos cenários para arremessar nos oponentes. Conforme progredimos e desbloqueamos novos equipamentos e habilidades, o combate vai se tornando variado, dando ao jogador diversas opções de abordagem. O título conta com uma variedade de inimigos que exige que constantemente nos adaptemos no campo de batalha. No começo tive um pouquinho de dificuldade em lidar com vários oponentes ao mesmo tempo, mas logo acabei acostumando com os comandos do game.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAXei37LLvE6onCWjg-1cbLCVMd6VKiZ8rZ0Qevi3jcbZYJDbfV42ewCZw2vDR2ve-ruDVt3U2EFWIiZtiW8GKeruLQL6xer5VAifjAqGO8pDjctimqgVdEHV8AmZT4hEpulVkBp8VoUogKNDp9ZKvHNXSuW4_QtTHxoNIvZLNSeVMG9k2M7rgPQA_mOI/s1920/Marvel%E2%80%99s%20Spider-Man%20Remastered.jpg)
Falando especificamente das opções de personalização, além da aparência única, cada traje traz consigo um poder. Uma vez desbloqueado, o poder pode ser equipado em qualquer traje, o que é ótimo. Junto com o poder do traje, há a possibilidade de escolher três modificações que podem aumentar as capacidades de ataque, defesa, furtividade e travessia. Podemos ainda fazer uso de até oito dispositivos que oferecem recursos diversos, como prender com teia os inimigos que estão próximos às paredes, lançar explosivos que são ativados por proximidade, utilizar uma armadilha de teia a laser que incapacita um inimigo, dentre outros. Todos os oito dispositivos podem ser construídos e aprimorados com as fichas.
As batalhas contra os chefes são garantia de momentos épicos e de desafio extra. Os confrontos não são difíceis de serem superados, mas para vencê-los é preciso entender os movimentos de cada chefe, esquivando e atacando nos momentos certos. As batalhas são divididas em atos e contam com pequenas variações até efetivamente serem finalizadas. Como o game apresenta uma curva de aprendizagem satisfatória, é possível ir avançando tranquilamente sem que a aventura se torne frustrante. Parte disso se deve ao sistema de checkpoint, especialmente nos trechos em que enfrentamos maior dificuldade. Se ainda assim o jogador encontrar problemas para avançar, é possível alterar a dificuldade no menu e ativar assistências nas opções de acessibilidade.
Embora o foco principal esteja na ação, o título conta com seções em que obrigatoriamente precisamos agir furtivamente. No comando do Spider-Man podemos prender os oponentes de forma silenciosa com a teia, já nos trechos em que controlamos MJ e Miles as interações são bem limitadas: os dois podem apenas criar distrações para chamar a atenção dos inimigos que estão pelo caminho. Olhando para o jogo como um todo, esses são os trechos mais sem graça e representam até mesmo uma quebra de ritmo. Felizmente isso acontece de forma esporádica.
Em termos visuais, a versão remasterizada é um deleite para os olhos. Como não tive contato com o game no PlayStation 4 ou a remasterização no PlayStation 5 para fazer comparações, posso apenas afirmar que a versão de PC está belíssima. Seja de dia ou durante à noite, Nova York encanta com suas paisagens extremamente detalhadas, sendo um prato cheio para os jogadores que gostam de explorar o modo foto. As animações faciais dos personagens também são muito bem trabalhadas, fica evidente que houve uma atenção especial nesse quesito. Já nos NPCs não se nota esse capricho.
O título também se destaca na parte sonora, com ótimas músicas e excelentes efeitos. O som ambiente da cidade de Nova York foi outro ponto que me chamou a atenção. Como geralmente acontece nos jogos da Sony, a dublagem brasileira não deixa a desejar.
Em termos de desempenho, em minhas mais de 19 horas de jogatina o game fechou sozinho uma única vez; o travamento aconteceu enquanto percorria a cidade balançando entre os prédios. Logicamente o ideal é que algo do tipo não aconteça, mas como foi um fato isolado, minha experiência não chegou a ser comprometida. Marvel’s Spider-Man Remastered está muito bem otimizado no PC, a fluidez de movimentação nos combates e deslocamentos deixa isso bem evidente. Jogando em uma RTX 3060 12 GB, com configurações gráficas definidas como alto ou muito alto, a taxa de quadros variou bastante, mas raramente ficou abaixo de 60 FPS.
Apresentando todos os DLCs lançados anteriormente, Marvel’s Spider-Man Remastered está disponível para PlayStation 5 e PC. Esta análise foi feita com base na versão de PC.
Especificações do computador utilizado para a análise: Ryzen 7 5700X, RTX 3060 12 GB, 32 GB de memória RAM DDR4 3200Mhz.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVcWrXaEhx7EGRcHm4tOCTcD7T7nVNDZ5F4DHJbFyWjy8wNwe8lkD_FWB_ep9ImZOutlGSy1LUVgozZWpBzgMMTUCZoSxv96nLjARLW1FYVYswY_C27mf8MXBHjopsynonlk_-FVtuaXjofqhszg6IAGrIfzQJnIU0XrAhA984ZbSNSwZgx9RbYhYn1KQ/s1920/Marvel%E2%80%99s%20Spider-Man%20Remastered.jpg)
Considerações finais
Em sua estreia no mundo dos super-heróis, a Insomniac Games entregou um título que faz jus ao legado que o estúdio construiu ao longo dos anos. Marvel’s Spider-Man Remastered surpreende pela sua narrativa de alto padrão e uma jogabilidade fluida e divertida. Embora estejamos no controle de alguém com habilidades extraordinárias, em muitos momentos o game faz questão de explorar o lado mais humano de Peter Parker, algo que gostei bastante.
Spider-Man certamente está longe de ser o jogo mais inovador dos últimos tempos, no entanto o título executa bem quase tudo o que se propõe, e no final das contas é isso o que importa. O que acaba destoando são os segmentos furtivos em que assumimos o controle de outros personagens e a repetição de alguns objetivos secundários. Com gráficos bonitos e detalhados, jogabilidade fluida e um mundo aberto que constantemente convida o jogador a explorá-lo, o título é garantia de boas horas de diversão.