Análise do jogo The Walking Dead: Season Two

Lançado em 2012, a emocionante história de Clementine e Lee conquistou a comunidade e o jogo recebeu uma grande quantidade de prêmios, dentre eles o de jogo do ano no Video Game Awards 2012. Com todo esse sucesso, a Telltale Games começou a trabalhar em uma sequência para The Walking Dead, lançando o primeiro episódio da segunda temporada um ano depois.
Caso esteja jogando o título na mesma plataforma em que jogou seu antecessor, o jogo resgatará seu save e dará continuidade à trama com base nas escolhas que foram anteriormente feitas por você. Do contrário, haverá uma predefinição automática de alguns acontecimentos que geraram reflexos na segunda temporada. Ao iniciar, temos uma breve recapitulação dos acontecimentos, algo bem similar ao que vemos nas séries de TV. Na sequência, podemos ver que Clementine seguiu o conselho de Lee e conseguiu encontrar Christa e Omid. Não há uma explicação de como e nem quando isso aconteceu, mas a gravidez de Christa indica que a nova aventura se passa alguns meses depois do desfecho do primeiro jogo.
Já nos primeiros minutos, o título faz questão de passar para o jogador uma forte carga dramática, retratando os perigos existentes em um apocalipse zumbi. Enquanto luta para sobreviver, Clem acaba recebendo ajuda de um novo grupo de sobreviventes. Como era de se esperar, a protagonista não é bem recebida por todos os integrantes. Para piorar, Clementine estava com um ferimento no braço, o que levantava ainda mais as suspeitas sobre a sua pessoa e o seu estado de saúde, o que torna sua acolhida bastante conturbada. Antes de conseguir ganhar a confiança daqueles que a ajudaram, Clem terá que enfrentar alguns momentos complicados.
Passada a euforia inicial, descobrirmos que as pessoas que abrigaram a protagonista estão sendo perseguido por um grupo rival, liderado por sujeito chamado Carver. Ao longo da jogatina, somos obrigados a lidar com Carver e outros sobreviventes que ocasionalmente representam algum tipo de ameaça para a Clem e os seus aliados. A Clementine que vimos no começo do primeiro episódio guarda as mesmas fragilidades que a personagem tinha na primeira temporada. Ao jogar os outros episódios, percebemos que ela passa por um processo de amadurecimento, se tornando mais independente e esperta, ao mesmo tempo que suas opiniões começam a ter mais relevância.
A experiência de jogar a segunda temporada é um pouco diferente da primeira. Enquanto Lee assumiu espontaneamente a obrigação de proteger uma garota indefesa em um apocalipse zumbi, Clementine não enfrenta esse tipo de pressão psicológica, já que ela não é responsável por ninguém. Clem até tem uma proximidade maior com alguns personagens, mas nada comparado ao laço que ela formou com Lee. Apesar dessa leve mudança, o jogo ainda coloca nas mãos do jogador uma série de decisões complicadas, que devem ser tomadas em uma fração de segundos – seus atos interferem na vida de determinados personagens e geram desdobramentos futuros.
A jogabilidade segue o mesmo padrão visto em The Walking Dead: além de controlar a personagem principal, o jogador possui alguns botões para interagir com o ambiente, objetos e os outros personagens. A cada novo cenário há uma quantidade considerável de interações disponíveis. Explorando todas elas, você terá uma perspectiva melhor do mundo apocalíptico da franquia, além de conhecer melhor os gostos e as opiniões de Clementine. Existem ainda momentos em se deve seguir uma determinada direção indicada na tela e trechos envolvendo quick time events.
Esteticamente, The Walking Dead: Season Two segue o mesmo estilo artístico utilizado no seu antecessor, com gráficos que lembram histórias em quadrinhos. Os desenhos são bem feitos e têm uma coloração bonita. Adotando um sistema de câmera fixa, a visão que temos do cenário muda conforme movimentamos a personagem pelas áreas exploráveis. O gane conta com uma trilha sonora extremamente discreta, que geralmente chama a atenção nos momentos de maiores tensões. 
Infelizmente problemas relacionados com a performance estão novamente presentes, fazendo com que o jogo apresente pequenos travamentos em alguns momentos. Não é algo que chega a afetar a experiência, mas pode gerar um certo incômodo momentâneo. É uma pena que os desenvolvedores, mesmo um ano depois, tenham entregado um novo produto com os mesmo tipo de problema visto naquele que o precedeu.
Com episódios lançados entre dezembro de 2013 e agosto de 2014, The Walking Dead: Season Two está disponível para Windows, macOS, Xbox 360, PlayStation 3, iOS, Android, PlayStation Vita, PlayStation 4 e Xbox One. Esta análise foi feita com base na versão do Xbox One.
Considerações finais
A segunda temporada de The Walking Dead apresenta uma boa continuação para a trama de Clementine, colocando a jovem órfã para enfrentar novos desafios. Alguns personagens estão de volta, mas a história passa a ser guiada com base nos acontecimentos envolvendo as novas figuras do game. A alta carga dramática, elemento marcante do seu antecessor, marca novamente presença, obrigando o jogador a fazer escolhas difíceis sem ter muito tempo para pensar.
Com uma jogabilidade extremamente simples, o game é acessível para praticamente qualquer tipo de jogador. Ponto positivo para a localização em português, o que permite que mais pessoas tenham contato com o título. É uma pena que os problemas relacionados com o desempenho estejam novamente presentes, mesmo em máquinas mais potentes, como é o caso dos consoles de nova geração. Em suma, trata-se de um ótimo adventure point and click.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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